terça-feira, 11 de junho de 2013

"Quem é seu pai?"




Então lhe perguntaram: “Onde está o seu pai?” Respondeu Jesus: “Vocês não conhecem nem a mim nem a meu Pai. Se me conhecessem, também conheceriam a meu Pai”. Ele proferiu essas palavras enquanto ensinava no templo, perto do lugar onde se colocavam as ofertas . No entanto, ninguém o prendeu, porque a sua hora ainda não havia chegado.
Jo 8:19,20


Muitas pessoas dizem que todos somos filhos de Deus. A maioria das pessoas se proclama filho de Deus. Mas será que todos nós realmente somos filhos de Deus, ou a grande maioria é apenas criatura de Deus?

Naquele dia, Jesus estava ensinando em uma sinagoga e em seu discurso o que mais ele destacava era o relacionamento dele com Deus, seu Pai. Todo o plano de salvação do homem que culminaria com a crucificação e seria atestado pela ressureição de Jesus era o único meio de transformar um homem-criatura em um homem-filho, e restabelecer o relacionamento entre o homem e Deus. Por isso Jesus, é o nosso mediador. Um dos processos que sucedem a salvação é o estreitamento da ligação entre pai e filho, homem e Deus. Ser Rico e deixar uma herança para seus filhos não é o propósito de Deus, e sim estabelecer uma condição que foi adulterada pelo pecado: o relacionamento entre pai e filho. Deus nos deu uma herança maravilhosa: a vida eterna. Porém, se eu não me relaciono com meu pai agora, porque eu iria querer passar a eternidade ao lado de alguém que eu nunca tive interesse em conhecer, me relacionar? Deus não é um pai distante, ele é pai amoroso e interessado em seus filhos. Deus é deus de perto.

Esse relacionamento entre nós e nosso pai, faz com que conheçamos seu caráter, conheçamos sua vontade, sua bondade, seu querer...seu amor. Quanto mais o conhecemos, quanto mais andamos perto Dele, mais adquirimos seus valores e através Dele mesmo agindo em nós, cumprimos sua vontade. Não adianta dizer que somos filhos de Deus se não cumprimos sua vontade, seu querer.

"Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem." (Tiago 2 : 19)


O Diabo também crê em Deus. O Diabo também conhece sua palavra e sua vontade, porém não a faz. A diferença entre os filhos de Deus e o filho do diabo está na obediência. Não adianta eu dizer que sou filho de Deus se meu comportamento revela uma outra paternidade.

"Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos.
João 14:15


É claro que não estou falando de todos nós que tropeçamos, caímos...porque isso faz parte da caminhada. Não é simples deixar o desejo da carne e seguir o do espirito sempre. É uma luta constante. Mas como filhos em desenvolvimento vamos aprendendo diariamente. Deus ama e está nesse processo até porque nesse processo há relacionamento. O relacionamento do pai que ensina o filho a andar, que o estimula, que o ergue quando cai.

Esses religiosos do tempo de Jesus estavam fechados para o amor de Deus e apenas interessados em manter seus empregos, títulos e orgulho. Se diziam filhos de Deus, mas não reconheciam Deus em Jesus. Não reconheciam o filho, porque não conheciam o Pai.

Disse-lhes Jesus: “Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por mim mesmo, mas ele me enviou. Por que a minha linguagem não é clara para vocês? Porque são incapazes de ouvir o que eu digo. “Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira. Jo 8:42-44

Aplicação final:

Não adianta se dizer filho de Deus quando não se vive como um filho de Deus. Podemos ir a igreja, podemos cantar louvores, ler sua palavra, dar ofertas, trabalhar arduamente e ainda assim não nos relacionarmos com Deus. Quando não existe amor, perdão e uma atitude que glorifique a Deus, tudo o que fazemos é em vão, é para nosso próprio egoísmo, é para nossa própria glória.

Que Deus encontre em nossos corações um campo fértil onde seu amor possa ser inserido e sua vontade cresça e frutifique em nossas vidas.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O Rei e o ladrão


Então ele disse: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino". Jesus lhe respondeu: "Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso".
Lucas 23:42-43


O ladrão da cruz é um dos personagens bíblicos mais fantásticos que existem. Não sabemos nem o seu nome, nem o que ele roubou, mas sua atitude na hora H foi decisiva. Assim como Abraão que errou, mentiu, falhou muito na fé, mas que em um momento decisivo na vida, teve a fé, o ladrão da cruz pode ter feito bobagens a vida inteira, mas quando chegou o momento decisivo de adorar, adorou com a fé de um herói do livro de hebreus.

Ele creu através da fé que aquele homem não era culpado e que não era um simples homem, mas alguém especial, ele era Deus. Ele creu nas promessas do senhor sobre a vida eterna e sobre o reino dos céus. Sua vida, ali na morte gerou um impacto enorme nas eras vindouras e até hoje falamos desse homem e suscitamos questões que por sua vida e seu breve, porém profundo relacionamento com Jesus nos revela.

Questões como a “importância ou não do batismo para a salvação” Sabemos que ele não teve tempo de fazer obra alguma. Nem se batizar, nem ofertar dinheiro, nem ir a igreja, nem ler a bíblia. Mas, ele foi salvo pela fé através da graça.

Compreendemos através dele que uma vez fechado nossos olhos aqui o abriremos no céu e não em um purgatório, pois se purgatório fosse real, como explicar um ladrão sem purgatório? Quer dizer que um trabalhador normal tem que passar uma temporada ali, mas um ladrão condenado a mais maldita das punições humanas não? Não dá né... fomos salvos do purgatório católico por meio do ladrão. Quem diria... que loucura....Mas os loucos são sábios, os simples e humildes exaltados por esse fantástico e revolucionário reino dos céus!

Lembre-se do que Jesus disse a ele: "HOJE você estará comigo no paraiso" Não existe fase intermediaria, não existe purgatório ou qualquer outra invenção. Podemos estar seguros de que uma vez tendo fechado nossos olhos nesse mundo, o abriremos e veremos o Senhor!

Aleluia!

O ladrão da cruz é você que se encontra sem condições de ajudar ninguém financeiramente; o ladrão da cruz é você que não tem estudo para compreender tanto teologia, mas pela fé abraça o presente divino. O ladrão da cruz é aquele que não tem muitos dons, mas tudo que tem ainda que seja a fé, transforma em adoração.

Bendito é esse ladrão, bendito somos nós, miseráveis em nossa condição de pecadores, mas abastados em nossa condição de herdeiros da graça e do reino de Deus através de Jesus cristo.

Nele somos importantes, ainda que sejamos apenas ladrões!

Ali naquele momento, Jesus estava no ponto mais baixo de sua glória. Ela estava minguando, desde o Getsemani, Herodes, Pilatos, e agora alcançava seu nível mais baixo. Em meio aquele lugar sombrio, a turba em volta de Jesus zombava de seus feitos e sua pessoa. Você já esteve numa situação de humilhação parecida? De verdade? Na igreja, sempre ouvimos relatos de pessoas que dizem que tal irmão tem alguma coisa contra ela, mas quando vamos investigar, o outro nem sabia sobre o assunto relatado ou no máximo não sabia que alguma atitude tomada tinha causado tanta indignação do ultrajado, ou seja, em mais de 60% dos casos de problemas entre nós, estamos lutando contra fantasmas, contra inimigos que não existem, pelo menos não em carne e sangue. Mas, Jesus, no calvário estava diante de algo muito, mais muito real. Era como cães a querer ver sua carne despedaçada, as pessoas que se amontoavam ao seu redor. Sem dúvida era o momento mais baixo de sua glória e, no entanto, Jesus teve graça e misericórdia para salvar um ladrão moribundo.

Há dias em que me entristeço. Algo acontece dentro de mim, sombras que me rodeiam de maneira agressiva e lentamente eu começo a me esconder dentro delas. Meus pensamentos não se erguem, minha cabeça pesa, minha esperança adoece. Sim, existem dias assim na minha vida. Nesses dias não quero falar com ninguém, não quero ver ninguém, não tenho paciência nem comigo, então como vou ter com os outros?
Que estupido eu sou, que covarde eu me sinto, quando a minha pequenez desses dias encontra o gigantismo de Jesus na cruz, que em seu momento verdadeiramente mais difícil, teve graça com quem estava próximo.

Temos que repensar nossas queixas em nossas manhãs de desanimo, em nossas tardes de silencio e noites de recolhimento. Temos que questionar a nós mesmos se as pessoas ao nosso redor merecem nossa omissão. No mesmo tempo que abandonamos nosso momento egocêntrico, somos levados à revelação de que se Jesus despido de sua glória foi capaz de tanta graça e generosidade, o que ele não fará hoje revestido de toda sua majestade? Que maravilhas nos aguardam! Maravilhas que só não nos permitem murmurarmos por nosso pequeno mundinho egoísta.

Vamos ter um pingo da fé e coragem que teve aquele ladrão!

Foi naquele estado de humilhação e não de glória extrema que ele encontrou Jesus, e em vez de seguir a turba que o cercava, acreditou no que seus olhos não viam! Ele creu em um cristo agonizante, ridicularizado e crucificado, e clamou a ele como alguém cujo o reino sabia que viria com certeza! Seu companheiro de cruz do outro lado já havia se contaminado pela voz do povo e como uma rocha que insurge no oceano, esse ladrão defendeu Jesus dizendo que falavam blasfemas contra Ele. Em meio a dor e agonia, ele teve uma enorme fé e coragem, em meio a um cenário de desprezo ele zelou pela glória que não via, mas cria!

Quão poderosa é a graça do Senhor que derramou nesse homem tamanha fé e que precioso momento da vida foi aproveitado ao responder a esse amor, com adoração em meio ao sacrifício.

Com frequência ouço pessoas questionando a conversão e salvação de outras. “Como pode alguém como ela que viveu a vida inteira fazendo besteira ser salva assim, num instante?” A resposta é: Pode sim. Assim como o ladrão que pode ter feito bobagens a vida inteira, mas em um momento foi esclarecido e salvo.

Essa é a graça que incomoda os fariseus, os legalistas, os “irmãos do filho pródigo”, os “amigos de Jó”. Pessoas que ainda tentam entender a graça em vez de simplesmente aceita-la e comemorar com seus irmãos.

Sim, ainda que você tenha passado toda a sua vida blasfemando contra Jesus, xingando os crentes que lhe apareciam falando do amor de Deus, sim, você tem salvação! Ainda que você tenha passado a sua vida rejeitando e se afastando desse amor, perceba isso, ele AINDA está à sua porta, e você pode aceita-lo. Jesus pode transformar o mais terrível dos pecadores em o mais abençoado dos homens.

Esse homem estava diante dos terríveis resultados de sua vida. As suas obras estavam lhe cobrando o preço, as consequências. No entanto, a graça de Jesus atravessou a lei, pagou o preço e o libertou.

A Oração do ladrão foi simples: “Senhor lembra-te de mim”

Me recordo de José (Genesis) que no calabouço da prisão pediu ao copeiro que este lembra-se dele quando seu posto fosse restaurado pelo faraó. O copeiro se esqueceu. Jesus nunca esquecerá de nós. Jesus jamais nos esquecerá no calabouço. Isso não nos encoraja a orarmos a Jesus agora? Todos nós que nos encontramos em um profundo calabouço de vergonha, de tristeza, de desapontamento, de injustiça, de desprezo... não importa, Jesus nos ouvirá como ouviu o ladrão.

Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei.
João 6:37


Além de ter escolhido esse homem para ser seu companheiro na morte, que outro privilégio o Senhor da graça lhe concedeu? “Ainda hoje estarás comigo no paraíso”

Sim, quando Jesus adentrou os portões do paraíso quem estava com ele? Quem é esse que adentra os portais eternos ao lado do Rei da glória? Um honroso mártir da igreja? Um fiel apostolo? Talvez um patriarca como Abraão? Ou um príncipe com Davi? NÃO!

Vejam e se assombrem com a graça soberana, pois quem entra nos portais do paraíso junto ao Rei é um ladrão! Não é salvo de maneira inferior, mas de forma majestosa e atestando o que foi dito:

“Contudo, muitos primeiros serão últimos, e muitos últimos serão primeiros".
Mateus 19:30


Queria terminar agradecendo a Deus por não ter deixado para um último momento a minha salvação. Sim, a passagem do ladrão da cruz entrega a humanidade um legado maravilhoso de que há sempre esperança enquanto houver vida. Porém eu me regozijo na graça de Deus em não me deixar cair na cilada que muitos caem ao pensar que podem simplesmente “driblar” a responsabilidade da vida deixando para a última hora essa reflexão, essa entrega. Deus foi bondoso comigo me permitindo ter tempo útil para lhe servir nessa terra. Não que isso desabone a graça e exalte alguma obra, muito pelo contrário, a graça é exaltada quando demonstrada seu exercício de piedade. Podemos encontrar nossa redenção no fim da vida, mas não necessitamos esperar e muito menos testar a Deus deixando isso para mais tarde. Não sabemos se o dia de amanhã virá e sabemos que Deus conhece os nossos corações. Quem se utiliza de tal artificio é tolo e certamente ainda não entendeu que o amor de Deus não anula sua justiça.

Satanás tem iludido a muitos os fazendo ser ingratos para um Deus bondoso, os fazendo provocar a Deus já que é revelado que Ele é paciente. Essa é uma conduta indigna e ingrata e pode vir a ser fatal. O Senhor certamente salvará quem se arrepender, mas como você sabe que irá verdadeiramente se arrepender no futuro? Um ladrão foi salvo, mas o outro não. Um foi salvo e isso nos traz alivio, mas o outro foi perdido e isso nos alerta para a soberba da alma humana.

Sou grato por me converter a algum tempo, mas sinceramente, gostaria de ter podido servir desde menino ao Senhor. Tenho muito a agradecer a Deus pela sua misericórdia em minha vida. Talvez, eu tenha roubado muito mais do que o ladrão da cruz. Eu roubei tempo de vida, de vida aos pés do Senhor. Por isso, agradeça a Deus como eu por fazer parte desse reino privilegiado, e se não faz ainda não perca tempo, pois não há honra maior nessa vida!

NALDINHO.



sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Discipulado: relacionamento.



“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".
Mateus 28:19-20


Jesus é o nosso mestre. Somos seus discípulos. Ele compartilha conosco sua alegria, sua paz, seu espirito; ele nos delega autoridade e legitimidade para invocarmos o pai dele como se fosse o nosso próprio pai. Nesse processo, nesse caminhar com Jesus vamos nos tornando semelhantes a ele, como se fossemos “pequenos cristos” na terra. Ao estarmos com outras pessoas, multiplicamos esse discipulado, multiplicamos os discípulos de Jesus, os “pequenos cristos.

A questão é que fazer discípulos não é apenas ensinar as coisas que jesus mandou, mas ensinar a guardar. Não é uma transferência de doutrinas, de crenças, mas um ensinar a viver. Nós precisamos muito mais do que teorias, livros, reuniões, vídeos. Nós precisamos de relacionamento. Livros, apostilas, reuniões formais nos ensinam realmente o que jesus deixou, porém essas coisas não nos ensinam a guardar aquilo que ele ensinou e é isso que precisamos fazer. Isso se faz quando nos relacionamos uns com os outros.

Aprender que devo perdoar não necessariamente é aprender a perdoar. Aprendo isso perdoando. Ficar sabendo que devo amar, não necessariamente me ensina amar. Eu só faço isso amando, e para amar eu preciso me relacionar. Experiências como Justiça, compaixão, perdão, amor, solidariedade...só aprendemos convivendo uns com os outros.

É triste ver pessoas que se tornam bons professores dos ensinamentos de Jesus, porém péssimos praticantes destes mesmos ensinamentos. A liturgia os tornou tão distantes de todos que eles não conseguem demonstrar mais o que são, se ainda o são. Tenho pelo menos dois amigos que deixaram de ser amigos quando se tornaram líderes. Tudo começou com pequenas restrições, ou seja: se antes eles riam a vontade de uma piada, agora escondem a alegria para não parecerem “fúteis”. Eles “perderam” seu time do coração, depois a preferência por pratos, candidatos ou partidos; Eles tem medo de dar qualquer opinião que vá contrariar qualquer pessoa. Porém, como ninguém consegue agir assim o tempo todo eles passaram a se esconder em casa e em cima de um púlpito, por trás de um título. Se tornaram estranhos comunicadores de cristo, mas nem de longe são “pequenos cristos” que se misturam ao povo, que visitam os amigos e compartilham seu amor. Eles podem até ensinar a vontade de Jesus, mas não vão conseguir ensinar a guardar essa vontade.

Discipulado é relacionamento, sem dúvidas! Deus se fez homem para se relacionar com o homem.









quinta-feira, 22 de março de 2012

Com a força que Deus provê



Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas. Se alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre. Amém.

1 Pedro 4:10-11


Esses dois versos da primeira carta de Pedro são coluna dorsal do meu ministério, do meu dom. Eles são praticamente a minha cartilha. Como líder de louvor durante alguns anos tenho aprendido muito deles, e eles tem me abastecido de coragem e me mantido no foco.

Primeiramente ele me lembra de que todos os dons são importantes para o crescimento saudável da igreja e o desenvolvimento de minha vida pessoal fora dela. Aqueles que cuidam da cantina da igreja são tão importantes quanto aqueles que ensinam as crianças ou aqueles que tocam um violão. Não há diferenças entre o trabalho árduo praticado no varrer um santuário e horas de dedicação calejando os dedos em um violão. Tudo que importa é que “cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas”

Administrar fielmente é simplesmente exercer, deixar-se ser usado, servir e zelosamente se aprimorar nesse serviço. É não se omitir, fugir, encolher as mãos, negligenciar o dom sendo desleixado com seu desenvolvimento. Devemos ter em mente que nosso dom é um presente para os outros. Assim como recebemos o presente dos demais ao sermos servidos por eles, devemos fazer o mesmo exercendo o nosso dom.

Na minha área é muito comum ver pessoas desencorajadas por acharem que começaram tarde a aprender a tocar, ou então ao se compararem com outros instrumentistas e cantores se sentirem inferiorizados. Isso é uma bobagem! Nunca é tarde pra começar algo que Deus colocou em nosso coração e jamais devemos nos comparar com ninguém. “Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê”. Deus nos tem dado um suporte, uma determinada habilidade e na medida em que somos usados e nos esmeramos em aperfeiçoar aquilo que ele nos tem dado, mais ainda Ele nos acrescentará. Portanto, se você faz algo hoje que pode parecer pouco ou pequeno, mas você faz com todo seu empenho e dedicação, desenvolvendo e usufruindo toda força que Deus deu para você, você está no caminho certo!

Não se compare a ninguém, porque Deus não te compara a ninguém. Ele te ama da mesma maneira como ama seus outros filhos. Ninguém é filhinho do papai. todos somos especiais. Ele te fez com características únicas e belas aos olhos dele. Não tente pular estágios, queimar etapas, porque Deus não está com pressa, nem atrasado, Ele está cuidando de você como deve ser. Apenas caminhe com Ele, nos passos dele, e você chegará exatamente onde Ele quer que você esteja.

Não se desgaste, utilize apenas a força que o Senhor te provê. Se alegre nela e o exalte por isso!

Se no meio do caminho algo desencorajador acontecer lembre-se: Ainda que você venha a falhar, cair, tropeçar, Deus sempre vai usar os acontecimentos de sua vida para aperfeiçoar em você o carater Dele. Ele sempre te moverá adiante.

Os planos de Deus não podem ser frustrados.

Naldinho

quarta-feira, 21 de março de 2012

Libertando Pedro


Pedro, então, ficou detido na prisão, mas a igreja orava intensamente a Deus por ele.
Atos 12:5


Uma das maiores lutas que enfrento é a deficiência em minha vida de oração. Preciso crescer nisso e isso não são palavras de conveniência, mas um anseio real. Tenho melhorado nos últimos tempos e o que mais me alarma é que quanto mais oro, mais dentro de mim se revela a urgência de orar mais. Sim, a primeira resposta de oração é mais oração. As vezes me deparo com tantas responsabilidades, desafios, metas e decisões que ao orar me é esclarecido o fato de que é uma insanidade acordar, levantar e sair para enfrentar o dia sem antes buscar a Deus. É um erro que cometemos sim, mas deixamos de cometer na medida em que a oração passa a fazer parte de nossa rotina. É o milagre da misericórdia de Deus não termos sido consumidos por tanto tempo vivendo alienados pela ausência de nossa conexão com Deus através da oração.

Herodes estava no que parecia ser o “caminho certo”. Havia prendido muitos cristãos e matado Tiago, atitudes que agradaram os judeus. Como “bom” politico, Herodes decidiu continuar sua caçada e prendeu Pedro numa festa. Temendo reações inesperadas da multidão devido a páscoa, ele decide esperar essa festa passar para executar Pedro em um momento politicamente correto.

Fico imaginando se isso acontecesse hoje em dia, se um líder amado da igreja fosse preso injustamente e a igreja toda tivesse a mesma conexão uns com os outros que a igreja do livro de atos tinha. Talvez isso fosse possível devido ao avanço tecnológico de nossos dias: internet, celulares e redes sociais. Qual seria a minha reação? Eu seria daqueles que dobraram os joelhos e oraram intensamente pela libertação do irmão, ou em primeiro lugar eu iria convocar a igreja a ir as ruas, reivindicar seus direitos e mesmo a força livrar o injustiçado irmão das grades? Reivindicar direitos não é errado, é certo. Paulo fez isso ao ser preso. O que digo é sobre o tipo de “arma” que tiramos antes de tudo de nosso arsenal. Levando a uma situação mais corriqueira, o que fazemos quando nos encontramos com um começo de dor de cabeça, ou gripe? Corremos rapidamente a farmácia ou oramos? Será que não estamos racionalizando demais nossa fé? Será que não estamos fazendo uma triagem voluntária daquilo que “deve ser” o serviço de Deus, e aquilo que “deve ser” o nosso serviço, limitando Deus como um funcionário a serviço de nossa pequena fé? E a nossa fé, como estamos exercitando-a? Se não temos fé para orar por uma cura de febre, achando que isso não é serviço para Deus (a sogra de Pedro que o diga), como teremos para assuntos maiores?

A igreja de Atos estava com um grande desafio nas mãos: permanecer de joelhos enquanto o inimigo vinha em sua direção respirando ódio. Já havia matado Tiago, Pedro seria julgado e se condenado e morto o próximo poderia ser qualquer um. Tenho certeza de que no meio do corpo dessa igreja havia os “apavorados” (eu estaria), homens e mulheres assustados com o terror que Herodes lhes havia imposto. Tenho certeza que muitos deles quiseram ser mais “práticos”, travar uma luta, entrar na cadeia a força, libertar Pedro a qualquer custo, eu talvez pensasse nisso se vivesse naquele tempo devo confessar. Mas, felizmente muitos foram os que simplesmente se voltaram para Deus, dobraram seus joelhos e buscaram o livramento das mãos do Senhor. Talvez os que tomaram esta iniciativa se lembraram de que há algum tempo atrás Deus livrou os apóstolos de uma prisão semelhante, quando os saduceus por inveja do crescimento da igreja os encerrou em grades (atos 5-17) mas, o Senhor se levantou e através de um anjo os libertou de forma espetacular. Como antes, a igreja de atos presenciou um livramento maravilhoso do Senhor na vida de Pedro.

O valor da oração é algo magnificamente nobre e não se resume ao “sacrificar” dos joelhos, vai muito além disso. Se isso pode lhe encorajar vou lhe dizer, eles não eram perfeitos na fé, muito pelo contrário quando souberam que Pedro estava na porta eles não acreditaram, não é engraçado? Estavam ali orando intensamente pela libertação de Pedro, e quando o milagre aconteceu não queriam acreditar. Isso mostra que a fé deles não era algo tão incrivelmente inabalável que possa fazer com que eu e você nos sintamos tão distantes desses irmãos. Eles tinham dúvidas, medos, inseguranças como nós. Mas o que eles nos ensinam é sobre ATITUDE de oração. Mesmo com toda insegurança, eles se dobraram diante de Deus e não confiaram em sua própria força, mas no poder de Jesus. Isso fez toda a diferença. Jesus não procurou neles perfeição, mas dependência e adoração.

Vamos nos espelhar nesses irmãos e crescer em oração, lançando aos pés do Senhor TODA a nossa vida, que ele venha de encontro as nossas fraquezas, limitações, desconfianças, medos, dúvidas e faça de tudo isso matéria prima para ser glorificado através de nossas vidas. Que nossa oração venha a abrir as portas das cadeias do nosso próprio interior onde um Pedro que dorme acorrentado precisa ser libertado para voltar a viver intensamente os milagres de Deus.

Naldinho

terça-feira, 13 de março de 2012

"Perdeu playboy?"


Estava outro dia lendo um informativo de um amigo missionário, e no canto da página dizia algo como “vamos ir até os pobres” ou “me ajude a pregar para os pobres”, alguma coisa nesse sentido. Do meu ponto de vista uma atitude digna, muito bacana e cristã acima de tudo. Porém, tenho observado que na hora de se falar em ir para algum lugar se referindo ao nível da sociedade, seja “lançar sementes”, “Pregar o evangelho”, “ganhar almas”, etc. a coisa tem sempre como alvo, ou como propaganda O POBRE. Claro que o pobre merece toda a atenção possível como já disse acima, mas será que não tem muito embalo nisso tudo? E o sujeito da classe intermediária o chamado classe média?, e o da classe média alta? E o rico? Merece o inferno? Já tá condenado as chamas pelo pecado da abundância financeira? Qual o problema com a igreja ao se anunciar ou pelo menos se promover tanto para o pobre e nunca para o rico?

Creio plenamente que algumas pessoas foram realmente lideradas por Deus para irem aos países mais pobres e necessitados do mundo. Creio totalmente que muitos irmãos tem seu coração voltado para as camadas sociais mais esquecidas da nossa própria nação, mas me diga uma coisa por favor: TODO MUNDO VAI PRA FAVELA E NINGUÉM VAI PRA COBERTURA? Não acredito que Deus seja assim...claro que ele não é. Tudo bem que é mais fácil ao pobre ser sensível ao evangelho por não ter a blindagem emocional que o dinheiro proporciona, dando à criatura a sensação de ser autônoma em tudo, até sobre a vida e a morte. Tá, eu sei que os dois exibem níveis diferentes de recepção as boas novas, mas tomar a atitude de NÃO IDE para com os ricos é ser no mínimo preguiçoso.

Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que TODOS OS HOMENS SEJAM SALVOS e cheguem ao conhecimento da verdade. 1 Timóteo 2:3-4

Isso não se restringe apenas as esferas das lideranças eclesiásticas, mas está presente nas rodinhas dos irmãos na cantina, nas petições na reunião de oração, e nos bate-papos mais informais...”precisamos ir até a favela tal”, “Senhor envia-me à África”, “Pai, quem ajudará esse povo tão sofrido?”. Precisamos nos sensibilizar com aqueles que estão muito mais longe da igreja, porque as vezes ir a África é mais fácil do que ir ao Morumbi, ao Gonzaga, etc. Todo mundo se comove com as fotos do Etíope com as costelas aparecendo, mas e se fosse um gordinho loiro com a camisa do “Jean Piaget” descendo de um “Santa Fé” branco????? PERDEU PLAYBOY????? Será que é isso que Jesus diria?

É uma estupidez descartar qualquer nível social do alcance da igreja. Desde os tempos da igreja primitiva, os mais abastados ajudavam aqueles irmãos em dificuldades, as igrejas mais ricas ajudavam suas irmãs, enviavam os missionários, participavam ativamente de todo planejamento da igreja. Por que? Porque tanto o rico como o pobre sempre estiveram inclusos no alcance da igreja. Precisamos parar com o silêncio sobre o alcançar os mais abastados como isso fosse algo vergonhoso; será que essa distância é medo de questionamento? É preguiça intelectual? É indiferença ou o que? Até quando vamos assistir os ricos partindo sem Jesus, enquanto os lobos ficam ricos arrancando tudo de ovelhas pobres com a desculpa de alcançarem o necessitado?

Coragem igreja Brasileira!

Medindo o crescimento espiritual


De fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal.

Hebreus 5:12-14


Os humanos são criaturas estranhas. Corremos mais depressa quando perdemos o caminho. Em vez de fazermos uma pausa para nos orientar, batemos de um lugar para o outro. Três palavras descrevem os nossos dias: Pressa, preocupação e isolamento.

Nessa competição chamada vida, quando a premência do tempo nos pressiona, precisamos parar e nos orientar. Necessitamos descobrir que o Senhor é Deus. Que ele seja exaltado, pois está conosco, e é nossa fortaleza.

Lembra-se dos anos em que sua mãe marcava a Lápis, numa parede especial, o lugar onde sua cabeça alcançava, para saber o quanto você crescia a cada ano? Eu tenho uma marcação dessa que faço com meu filho e em breve devo fazer com outra para minha filha. É muito bacana ver que de repente as crianças tem “surtos” de crescimento.

Uma vez na casa de um amigo, estávamos medindo o crescimento do filho dele, e depois de medir, riscar o muro da casa e bater palmas pra nova altura do garotão, o filho de meu amigo perguntou para ele “Papai, você não vai se medir para ver o quanto cresceu?” Todos riam, e ninguém pensou em outro crescimento senão o físico, mas eu pensei em outra coisa...e se nos importássemos com o nosso crescimento espiritual anual?. Será que continuamos crescendo, como foi no começo de nossa caminhada?

Deus usa muitos meios para nos ajudar a crescer. Desconheço um jeito para o crescimento instantâneo. Nunca conheci alguém que tenha se tornado instantaneamente maduro. Deus nos faz atravessar um processo meticuloso que inclui coisas como esperar, falhar, perder e não ser compreendido – Cada uma delas exigindo doses maiores de perseverança. Em seu crescimento espiritual, onde estão as marcas na parede da vida? Onde você se encontra em relação ao ano passado? E em relação à última década?

O crescimento cristão resulta de uma atitude radical, da dedicação corajosa e perseverante àquilo que você ouve e obedece.