quarta-feira, 21 de março de 2012

Libertando Pedro


Pedro, então, ficou detido na prisão, mas a igreja orava intensamente a Deus por ele.
Atos 12:5


Uma das maiores lutas que enfrento é a deficiência em minha vida de oração. Preciso crescer nisso e isso não são palavras de conveniência, mas um anseio real. Tenho melhorado nos últimos tempos e o que mais me alarma é que quanto mais oro, mais dentro de mim se revela a urgência de orar mais. Sim, a primeira resposta de oração é mais oração. As vezes me deparo com tantas responsabilidades, desafios, metas e decisões que ao orar me é esclarecido o fato de que é uma insanidade acordar, levantar e sair para enfrentar o dia sem antes buscar a Deus. É um erro que cometemos sim, mas deixamos de cometer na medida em que a oração passa a fazer parte de nossa rotina. É o milagre da misericórdia de Deus não termos sido consumidos por tanto tempo vivendo alienados pela ausência de nossa conexão com Deus através da oração.

Herodes estava no que parecia ser o “caminho certo”. Havia prendido muitos cristãos e matado Tiago, atitudes que agradaram os judeus. Como “bom” politico, Herodes decidiu continuar sua caçada e prendeu Pedro numa festa. Temendo reações inesperadas da multidão devido a páscoa, ele decide esperar essa festa passar para executar Pedro em um momento politicamente correto.

Fico imaginando se isso acontecesse hoje em dia, se um líder amado da igreja fosse preso injustamente e a igreja toda tivesse a mesma conexão uns com os outros que a igreja do livro de atos tinha. Talvez isso fosse possível devido ao avanço tecnológico de nossos dias: internet, celulares e redes sociais. Qual seria a minha reação? Eu seria daqueles que dobraram os joelhos e oraram intensamente pela libertação do irmão, ou em primeiro lugar eu iria convocar a igreja a ir as ruas, reivindicar seus direitos e mesmo a força livrar o injustiçado irmão das grades? Reivindicar direitos não é errado, é certo. Paulo fez isso ao ser preso. O que digo é sobre o tipo de “arma” que tiramos antes de tudo de nosso arsenal. Levando a uma situação mais corriqueira, o que fazemos quando nos encontramos com um começo de dor de cabeça, ou gripe? Corremos rapidamente a farmácia ou oramos? Será que não estamos racionalizando demais nossa fé? Será que não estamos fazendo uma triagem voluntária daquilo que “deve ser” o serviço de Deus, e aquilo que “deve ser” o nosso serviço, limitando Deus como um funcionário a serviço de nossa pequena fé? E a nossa fé, como estamos exercitando-a? Se não temos fé para orar por uma cura de febre, achando que isso não é serviço para Deus (a sogra de Pedro que o diga), como teremos para assuntos maiores?

A igreja de Atos estava com um grande desafio nas mãos: permanecer de joelhos enquanto o inimigo vinha em sua direção respirando ódio. Já havia matado Tiago, Pedro seria julgado e se condenado e morto o próximo poderia ser qualquer um. Tenho certeza de que no meio do corpo dessa igreja havia os “apavorados” (eu estaria), homens e mulheres assustados com o terror que Herodes lhes havia imposto. Tenho certeza que muitos deles quiseram ser mais “práticos”, travar uma luta, entrar na cadeia a força, libertar Pedro a qualquer custo, eu talvez pensasse nisso se vivesse naquele tempo devo confessar. Mas, felizmente muitos foram os que simplesmente se voltaram para Deus, dobraram seus joelhos e buscaram o livramento das mãos do Senhor. Talvez os que tomaram esta iniciativa se lembraram de que há algum tempo atrás Deus livrou os apóstolos de uma prisão semelhante, quando os saduceus por inveja do crescimento da igreja os encerrou em grades (atos 5-17) mas, o Senhor se levantou e através de um anjo os libertou de forma espetacular. Como antes, a igreja de atos presenciou um livramento maravilhoso do Senhor na vida de Pedro.

O valor da oração é algo magnificamente nobre e não se resume ao “sacrificar” dos joelhos, vai muito além disso. Se isso pode lhe encorajar vou lhe dizer, eles não eram perfeitos na fé, muito pelo contrário quando souberam que Pedro estava na porta eles não acreditaram, não é engraçado? Estavam ali orando intensamente pela libertação de Pedro, e quando o milagre aconteceu não queriam acreditar. Isso mostra que a fé deles não era algo tão incrivelmente inabalável que possa fazer com que eu e você nos sintamos tão distantes desses irmãos. Eles tinham dúvidas, medos, inseguranças como nós. Mas o que eles nos ensinam é sobre ATITUDE de oração. Mesmo com toda insegurança, eles se dobraram diante de Deus e não confiaram em sua própria força, mas no poder de Jesus. Isso fez toda a diferença. Jesus não procurou neles perfeição, mas dependência e adoração.

Vamos nos espelhar nesses irmãos e crescer em oração, lançando aos pés do Senhor TODA a nossa vida, que ele venha de encontro as nossas fraquezas, limitações, desconfianças, medos, dúvidas e faça de tudo isso matéria prima para ser glorificado através de nossas vidas. Que nossa oração venha a abrir as portas das cadeias do nosso próprio interior onde um Pedro que dorme acorrentado precisa ser libertado para voltar a viver intensamente os milagres de Deus.

Naldinho

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