terça-feira, 13 de março de 2012

"Perdeu playboy?"


Estava outro dia lendo um informativo de um amigo missionário, e no canto da página dizia algo como “vamos ir até os pobres” ou “me ajude a pregar para os pobres”, alguma coisa nesse sentido. Do meu ponto de vista uma atitude digna, muito bacana e cristã acima de tudo. Porém, tenho observado que na hora de se falar em ir para algum lugar se referindo ao nível da sociedade, seja “lançar sementes”, “Pregar o evangelho”, “ganhar almas”, etc. a coisa tem sempre como alvo, ou como propaganda O POBRE. Claro que o pobre merece toda a atenção possível como já disse acima, mas será que não tem muito embalo nisso tudo? E o sujeito da classe intermediária o chamado classe média?, e o da classe média alta? E o rico? Merece o inferno? Já tá condenado as chamas pelo pecado da abundância financeira? Qual o problema com a igreja ao se anunciar ou pelo menos se promover tanto para o pobre e nunca para o rico?

Creio plenamente que algumas pessoas foram realmente lideradas por Deus para irem aos países mais pobres e necessitados do mundo. Creio totalmente que muitos irmãos tem seu coração voltado para as camadas sociais mais esquecidas da nossa própria nação, mas me diga uma coisa por favor: TODO MUNDO VAI PRA FAVELA E NINGUÉM VAI PRA COBERTURA? Não acredito que Deus seja assim...claro que ele não é. Tudo bem que é mais fácil ao pobre ser sensível ao evangelho por não ter a blindagem emocional que o dinheiro proporciona, dando à criatura a sensação de ser autônoma em tudo, até sobre a vida e a morte. Tá, eu sei que os dois exibem níveis diferentes de recepção as boas novas, mas tomar a atitude de NÃO IDE para com os ricos é ser no mínimo preguiçoso.

Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que TODOS OS HOMENS SEJAM SALVOS e cheguem ao conhecimento da verdade. 1 Timóteo 2:3-4

Isso não se restringe apenas as esferas das lideranças eclesiásticas, mas está presente nas rodinhas dos irmãos na cantina, nas petições na reunião de oração, e nos bate-papos mais informais...”precisamos ir até a favela tal”, “Senhor envia-me à África”, “Pai, quem ajudará esse povo tão sofrido?”. Precisamos nos sensibilizar com aqueles que estão muito mais longe da igreja, porque as vezes ir a África é mais fácil do que ir ao Morumbi, ao Gonzaga, etc. Todo mundo se comove com as fotos do Etíope com as costelas aparecendo, mas e se fosse um gordinho loiro com a camisa do “Jean Piaget” descendo de um “Santa Fé” branco????? PERDEU PLAYBOY????? Será que é isso que Jesus diria?

É uma estupidez descartar qualquer nível social do alcance da igreja. Desde os tempos da igreja primitiva, os mais abastados ajudavam aqueles irmãos em dificuldades, as igrejas mais ricas ajudavam suas irmãs, enviavam os missionários, participavam ativamente de todo planejamento da igreja. Por que? Porque tanto o rico como o pobre sempre estiveram inclusos no alcance da igreja. Precisamos parar com o silêncio sobre o alcançar os mais abastados como isso fosse algo vergonhoso; será que essa distância é medo de questionamento? É preguiça intelectual? É indiferença ou o que? Até quando vamos assistir os ricos partindo sem Jesus, enquanto os lobos ficam ricos arrancando tudo de ovelhas pobres com a desculpa de alcançarem o necessitado?

Coragem igreja Brasileira!

Um comentário:

  1. Boa reflexão, é uma pena ouvir e ver pessoas se auto promovendo nas custas dos menos abastados, é uma pena ver "missionários ou vocacionados" ainda vivendo no romantismo da África. Digo romantismo, pelo fato de que não obtém a mínima informação da situação atual do continente e não tem ideia do grandioso avivamento que acontece entre os povos desse continente. O problema do cristão hoje é falta de informação e preguiça de estudar, é muito mais fácil conversar e "pregar" para uma pessoa com menos instrução, é mais fácil ir nas favelas e bairros pobres, mas conversar com pessoas mais ricas e intelectualizadas, isso não é fácil, pessoas que questionam nossa fé, isso não é fácil. Precisamos de pessoas que invistam tempo com Jesus e que realmente saibam para onde estão indo. Abraço irmão....
    Alexandre Schatzmann

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