quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ROSEBUD


"Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?" (Marcos 8 : 36)

Na primeira cena daquele que é considerado pela maioria dos críticos como o maior filme de todos os tempos (Cidadão Kane 1941), o protagonista moribundo em sua cama balbucia a misteriosa palavra “Rosebud”. Todos ao seu redor se interrogam querendo saber o que “rosebud” queria dizer, afinal, as últimas palavras de um homem são geralmente entendidas como as mais importantes, imagine então as palavras daquele que era o homem mais importante de seu país na época. No final do filme, Kane morre e nenhum súdito do poderoso magnata desvenda o mistério. A câmera corta para o dialogo onde um homem da ordens para que sejam incinerados todos os objetos de Kane aos quais ele considerava “sem valor”. Entre tantos pertences desprezados a câmera foca num velho trenó de madeira desses que as crianças brincam na neve. Em meio as chamas que aumentam, os olhos do espectador se deparam com a surpresa: “Rosebud” está escrito no velho e “insignificante” trenó de madeira. A grande charada torna-se de fascinante compreensão: Charles Foster Kane trocaria todo seu império por aquele que considerava o tempo mais importante de sua vida: a infância simples e humilde, mas cercada de alegria e sinceridade. Kane quando criança foi arrancado de casa e de sua família para ser criado em outro lugar. Lutou, fez fortuna, se tornou um colosso no país dos gigantes, mas nunca mais foi tão feliz quanto foi em sua singela infância...

Numa época de tanta informação e tanto acesso a tudo que é caro e eleva o status, estamos perdendo o tom, desafinando no ritmo, esquecendo a melodia. No desespero das coisas estamos esquecendo as pessoas. E o pior, estamos fascinados por aquilo que tem pouca ou nenhuma importância relevante.

Lembro de uma vez quando viajei pro sitio de meu tio e como todo menino de cidade fiquei bobo com o mato, as vacas, as bananeiras, o verde sem fim. Comecei a andar pelas cercanias e me vi perseguindo o barulho de uma cachoeira, ávido pra tomar um banho de rio, me encontrei na porteira de um outro sitio. Já ia voltando frustrado quando ouvi uma voz: Quem é você? Disse o velho de chapeu de palha – respondi a ele dizendo o meu nome o que fez com que o velho ficasse com uma cara de frustração maior que a minha, porém, em seguida arrematei: “sou sobrinho do Zezé” – “Ahhhhhhh”, disse ele – “Entre meu filho, venha tomar um café e comer um bolo, mas depois vou te levar na maior cachoeira da região”. O Simples fato de pronunciar o nome do meu tio “abriu as portas” antes instransponíveis. Um nome honrado faz isso. Eu não paguei nada, eu nem tinha como pagar, mas o simples pronunciar de um nome honrado me deu honra.

Jesus faz o mesmo por mim. Sua honra me deu honra. Sua santidade me faz santo; Sua justiça me faz justificado; Seu nome me abriu as portas eternas e me assentou na mesa do baquete Real.

Jesus disse:

“Aquilo que é elevado entre os homens é abominação diante de Deus” Lucas 16:15

Não podemos buscar honra onde a sociedade corrompida nos diz que existe, porque a honra que ali existe é abominação para Deus. Os tesouros que a sociedade busca, a corrida pelo status de nada vale para eternidade.

Ouçam agora vocês, ricos! Chorem e lamentem-se, tendo em vista a miséria que lhes sobrevirá. A riqueza de vocês apodreceu, e as traças corroeram as suas roupas. Tiago 5:1-2

Orson Welles escreveu e dirigiu "Cidadão Kane" levando para as telas no maior filme de todos os tempos o retrato do maior engano de todos os tempos: A vaidade do Homem. Jesus traz a nossa realidade a possibilidade de sermos dirigidos e vermos nosso nome escrito num roteiro de vida abundante e sem saudades do passado, porque nada no passado pode ser comparado a glória que nos é reservada no futuro. Todos nós, Cristãos redimidos por Jesus, em nosso leito de morte ansiaremos pelo que vem adiante e não pelo que ficou para trás.

SOLI DEO GLORIA!

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