segunda-feira, 9 de agosto de 2010
A reforma da reforma
"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice." (I Coríntios 11 : 28)
Nessa semana a revista “Época” trouxe uma matéria de capa sobre a nova direção do cristianismo evangélico chamada “Os novos evangélicos”. Reportagem prestativa no que se refere a informação para aqueles que não são cristãos e extremamente encorajadora para aqueles que são, mas que não agüentam mais se verem confundidos com os modelos terríveis mostrados na TV diariamente. Mas, se você como eu pertence ao segundo grupo de pessoas ao qual eu mencionei, sabe que isso não é nenhuma novidade.
Nós não nos vestimos como eles, não falamos como eles e não professamos nossa fé como eles. Alias, o Cristo de quem eles falam nem é o mesmo que o nosso. Se estamos (ainda) em uma igreja física no modo mais tradicional da palavra, como paredes, púlpito e lugar com capacidade maior de acolhimento, é porque ainda lá existe uma ética, uma integridade, pois caso contrário estaríamos como milhares de irmãos que já se reúnem em casa com a simplicidade que a comunhão daqueles que amam a Jesus deve ter.
O que não se pode mais é admitir ser considerado parte de algo ao qual nós não fazemos parte, que mais se parece com uma quadrilha do que com uma igreja, isso não dá mais. Seja na questão do “evangelho da prosperidade”, na questão da alienação social, ou a pior de todas...na ausência da exposição clara das escrituras, nós definitivamente não podemos ser confundidos com essas instituições sem ética.
Quando Lutero sugeriu a reforma protestante ele não queria ter mais uma igreja no mundo, mas sim como o próprio nome já diz, ele queria uma REFORMA. A igreja católica abusava piamente da fé porque havia há muito se distanciado da pureza do evangelho. Era necessário reformá-la!
Não há nada de extraordinário em uma igreja errar se distanciar de seu caminho inicial. Uma igreja é um organismo constituído de homens, e homens erram. Homens são pecadores, meros mortais. O que é inadmissível é que uma vez detectado o erro, a igreja não queira se retratar, se corrigir, não queira se reformar.
Foi o que aconteceu com a igreja Romana que se achou maior do que a bíblia e viu uma ruptura nascer em seu meio e dar origem a igreja protestante. Era necessário se criar uma nova igreja? Não. Bastava se ter coragem de se auto-examinar e se reformar.
Não é isso que nós devemos fazer periodicamente, olharmos no espelho e nos questionar?
Nós devemos nos examinar sempre e nos reformularmos se necessário. Nos reformarmos de tempos em tempos. Cada homem e mulher que se diz ser cristão deve ter a consciência de que não somos maiores que Deus e que podemos errar, e que se não tivermos humildade para rever nossas falhas com base nas escrituras estaremos fadados a sermos apenas uma repetição do que foi a igreja católica.
É isso que fez com quem insurgissem na matéria da revista época todos aqueles nomes desconhecidos da TV, mas que são muito conhecidos no céu. Existe sim, muitos profetas de Deus honestos e preocupados em ter liberdade para servir a Deus e ao seu povo com amor. Homens que se inquietaram com os caminhos que a igreja estava tomando e assumiram sua auto critica e reforma. Eles sabem que a igreja é muito mais do que uma tradição, ou instituição, mas um organismo vivo constituído de cada cristão que tem em suas mãos a responsabilidade de ser luz em um mundo sombrio.
Estou muito feliz!
Naldinho.
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