sexta-feira, 10 de agosto de 2012
O Rei e o ladrão
Então ele disse: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino". Jesus lhe respondeu: "Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso".
Lucas 23:42-43
O ladrão da cruz é um dos personagens bíblicos mais fantásticos que existem. Não sabemos nem o seu nome, nem o que ele roubou, mas sua atitude na hora H foi decisiva. Assim como Abraão que errou, mentiu, falhou muito na fé, mas que em um momento decisivo na vida, teve a fé, o ladrão da cruz pode ter feito bobagens a vida inteira, mas quando chegou o momento decisivo de adorar, adorou com a fé de um herói do livro de hebreus.
Ele creu através da fé que aquele homem não era culpado e que não era um simples homem, mas alguém especial, ele era Deus. Ele creu nas promessas do senhor sobre a vida eterna e sobre o reino dos céus. Sua vida, ali na morte gerou um impacto enorme nas eras vindouras e até hoje falamos desse homem e suscitamos questões que por sua vida e seu breve, porém profundo relacionamento com Jesus nos revela.
Questões como a “importância ou não do batismo para a salvação” Sabemos que ele não teve tempo de fazer obra alguma. Nem se batizar, nem ofertar dinheiro, nem ir a igreja, nem ler a bíblia. Mas, ele foi salvo pela fé através da graça.
Compreendemos através dele que uma vez fechado nossos olhos aqui o abriremos no céu e não em um purgatório, pois se purgatório fosse real, como explicar um ladrão sem purgatório? Quer dizer que um trabalhador normal tem que passar uma temporada ali, mas um ladrão condenado a mais maldita das punições humanas não? Não dá né... fomos salvos do purgatório católico por meio do ladrão. Quem diria... que loucura....Mas os loucos são sábios, os simples e humildes exaltados por esse fantástico e revolucionário reino dos céus!
Lembre-se do que Jesus disse a ele: "HOJE você estará comigo no paraiso" Não existe fase intermediaria, não existe purgatório ou qualquer outra invenção. Podemos estar seguros de que uma vez tendo fechado nossos olhos nesse mundo, o abriremos e veremos o Senhor!
Aleluia!
O ladrão da cruz é você que se encontra sem condições de ajudar ninguém financeiramente; o ladrão da cruz é você que não tem estudo para compreender tanto teologia, mas pela fé abraça o presente divino. O ladrão da cruz é aquele que não tem muitos dons, mas tudo que tem ainda que seja a fé, transforma em adoração.
Bendito é esse ladrão, bendito somos nós, miseráveis em nossa condição de pecadores, mas abastados em nossa condição de herdeiros da graça e do reino de Deus através de Jesus cristo.
Nele somos importantes, ainda que sejamos apenas ladrões!
Ali naquele momento, Jesus estava no ponto mais baixo de sua glória. Ela estava minguando, desde o Getsemani, Herodes, Pilatos, e agora alcançava seu nível mais baixo. Em meio aquele lugar sombrio, a turba em volta de Jesus zombava de seus feitos e sua pessoa. Você já esteve numa situação de humilhação parecida? De verdade? Na igreja, sempre ouvimos relatos de pessoas que dizem que tal irmão tem alguma coisa contra ela, mas quando vamos investigar, o outro nem sabia sobre o assunto relatado ou no máximo não sabia que alguma atitude tomada tinha causado tanta indignação do ultrajado, ou seja, em mais de 60% dos casos de problemas entre nós, estamos lutando contra fantasmas, contra inimigos que não existem, pelo menos não em carne e sangue. Mas, Jesus, no calvário estava diante de algo muito, mais muito real. Era como cães a querer ver sua carne despedaçada, as pessoas que se amontoavam ao seu redor. Sem dúvida era o momento mais baixo de sua glória e, no entanto, Jesus teve graça e misericórdia para salvar um ladrão moribundo.
Há dias em que me entristeço. Algo acontece dentro de mim, sombras que me rodeiam de maneira agressiva e lentamente eu começo a me esconder dentro delas. Meus pensamentos não se erguem, minha cabeça pesa, minha esperança adoece. Sim, existem dias assim na minha vida. Nesses dias não quero falar com ninguém, não quero ver ninguém, não tenho paciência nem comigo, então como vou ter com os outros?
Que estupido eu sou, que covarde eu me sinto, quando a minha pequenez desses dias encontra o gigantismo de Jesus na cruz, que em seu momento verdadeiramente mais difícil, teve graça com quem estava próximo.
Temos que repensar nossas queixas em nossas manhãs de desanimo, em nossas tardes de silencio e noites de recolhimento. Temos que questionar a nós mesmos se as pessoas ao nosso redor merecem nossa omissão. No mesmo tempo que abandonamos nosso momento egocêntrico, somos levados à revelação de que se Jesus despido de sua glória foi capaz de tanta graça e generosidade, o que ele não fará hoje revestido de toda sua majestade? Que maravilhas nos aguardam! Maravilhas que só não nos permitem murmurarmos por nosso pequeno mundinho egoísta.
Vamos ter um pingo da fé e coragem que teve aquele ladrão!
Foi naquele estado de humilhação e não de glória extrema que ele encontrou Jesus, e em vez de seguir a turba que o cercava, acreditou no que seus olhos não viam! Ele creu em um cristo agonizante, ridicularizado e crucificado, e clamou a ele como alguém cujo o reino sabia que viria com certeza! Seu companheiro de cruz do outro lado já havia se contaminado pela voz do povo e como uma rocha que insurge no oceano, esse ladrão defendeu Jesus dizendo que falavam blasfemas contra Ele. Em meio a dor e agonia, ele teve uma enorme fé e coragem, em meio a um cenário de desprezo ele zelou pela glória que não via, mas cria!
Quão poderosa é a graça do Senhor que derramou nesse homem tamanha fé e que precioso momento da vida foi aproveitado ao responder a esse amor, com adoração em meio ao sacrifício.
Com frequência ouço pessoas questionando a conversão e salvação de outras. “Como pode alguém como ela que viveu a vida inteira fazendo besteira ser salva assim, num instante?” A resposta é: Pode sim. Assim como o ladrão que pode ter feito bobagens a vida inteira, mas em um momento foi esclarecido e salvo.
Essa é a graça que incomoda os fariseus, os legalistas, os “irmãos do filho pródigo”, os “amigos de Jó”. Pessoas que ainda tentam entender a graça em vez de simplesmente aceita-la e comemorar com seus irmãos.
Sim, ainda que você tenha passado toda a sua vida blasfemando contra Jesus, xingando os crentes que lhe apareciam falando do amor de Deus, sim, você tem salvação! Ainda que você tenha passado a sua vida rejeitando e se afastando desse amor, perceba isso, ele AINDA está à sua porta, e você pode aceita-lo. Jesus pode transformar o mais terrível dos pecadores em o mais abençoado dos homens.
Esse homem estava diante dos terríveis resultados de sua vida. As suas obras estavam lhe cobrando o preço, as consequências. No entanto, a graça de Jesus atravessou a lei, pagou o preço e o libertou.
A Oração do ladrão foi simples: “Senhor lembra-te de mim”
Me recordo de José (Genesis) que no calabouço da prisão pediu ao copeiro que este lembra-se dele quando seu posto fosse restaurado pelo faraó. O copeiro se esqueceu. Jesus nunca esquecerá de nós. Jesus jamais nos esquecerá no calabouço. Isso não nos encoraja a orarmos a Jesus agora? Todos nós que nos encontramos em um profundo calabouço de vergonha, de tristeza, de desapontamento, de injustiça, de desprezo... não importa, Jesus nos ouvirá como ouviu o ladrão.
Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei.
João 6:37
Além de ter escolhido esse homem para ser seu companheiro na morte, que outro privilégio o Senhor da graça lhe concedeu? “Ainda hoje estarás comigo no paraíso”
Sim, quando Jesus adentrou os portões do paraíso quem estava com ele? Quem é esse que adentra os portais eternos ao lado do Rei da glória? Um honroso mártir da igreja? Um fiel apostolo? Talvez um patriarca como Abraão? Ou um príncipe com Davi? NÃO!
Vejam e se assombrem com a graça soberana, pois quem entra nos portais do paraíso junto ao Rei é um ladrão! Não é salvo de maneira inferior, mas de forma majestosa e atestando o que foi dito:
“Contudo, muitos primeiros serão últimos, e muitos últimos serão primeiros".
Mateus 19:30
Queria terminar agradecendo a Deus por não ter deixado para um último momento a minha salvação. Sim, a passagem do ladrão da cruz entrega a humanidade um legado maravilhoso de que há sempre esperança enquanto houver vida. Porém eu me regozijo na graça de Deus em não me deixar cair na cilada que muitos caem ao pensar que podem simplesmente “driblar” a responsabilidade da vida deixando para a última hora essa reflexão, essa entrega. Deus foi bondoso comigo me permitindo ter tempo útil para lhe servir nessa terra. Não que isso desabone a graça e exalte alguma obra, muito pelo contrário, a graça é exaltada quando demonstrada seu exercício de piedade. Podemos encontrar nossa redenção no fim da vida, mas não necessitamos esperar e muito menos testar a Deus deixando isso para mais tarde. Não sabemos se o dia de amanhã virá e sabemos que Deus conhece os nossos corações. Quem se utiliza de tal artificio é tolo e certamente ainda não entendeu que o amor de Deus não anula sua justiça.
Satanás tem iludido a muitos os fazendo ser ingratos para um Deus bondoso, os fazendo provocar a Deus já que é revelado que Ele é paciente. Essa é uma conduta indigna e ingrata e pode vir a ser fatal. O Senhor certamente salvará quem se arrepender, mas como você sabe que irá verdadeiramente se arrepender no futuro? Um ladrão foi salvo, mas o outro não. Um foi salvo e isso nos traz alivio, mas o outro foi perdido e isso nos alerta para a soberba da alma humana.
Sou grato por me converter a algum tempo, mas sinceramente, gostaria de ter podido servir desde menino ao Senhor. Tenho muito a agradecer a Deus pela sua misericórdia em minha vida. Talvez, eu tenha roubado muito mais do que o ladrão da cruz. Eu roubei tempo de vida, de vida aos pés do Senhor. Por isso, agradeça a Deus como eu por fazer parte desse reino privilegiado, e se não faz ainda não perca tempo, pois não há honra maior nessa vida!
NALDINHO.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Discipulado: relacionamento.
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".
Mateus 28:19-20
Jesus é o nosso mestre. Somos seus discípulos. Ele compartilha conosco sua alegria, sua paz, seu espirito; ele nos delega autoridade e legitimidade para invocarmos o pai dele como se fosse o nosso próprio pai. Nesse processo, nesse caminhar com Jesus vamos nos tornando semelhantes a ele, como se fossemos “pequenos cristos” na terra. Ao estarmos com outras pessoas, multiplicamos esse discipulado, multiplicamos os discípulos de Jesus, os “pequenos cristos.
A questão é que fazer discípulos não é apenas ensinar as coisas que jesus mandou, mas ensinar a guardar. Não é uma transferência de doutrinas, de crenças, mas um ensinar a viver. Nós precisamos muito mais do que teorias, livros, reuniões, vídeos. Nós precisamos de relacionamento. Livros, apostilas, reuniões formais nos ensinam realmente o que jesus deixou, porém essas coisas não nos ensinam a guardar aquilo que ele ensinou e é isso que precisamos fazer. Isso se faz quando nos relacionamos uns com os outros.
Aprender que devo perdoar não necessariamente é aprender a perdoar. Aprendo isso perdoando. Ficar sabendo que devo amar, não necessariamente me ensina amar. Eu só faço isso amando, e para amar eu preciso me relacionar. Experiências como Justiça, compaixão, perdão, amor, solidariedade...só aprendemos convivendo uns com os outros.
É triste ver pessoas que se tornam bons professores dos ensinamentos de Jesus, porém péssimos praticantes destes mesmos ensinamentos. A liturgia os tornou tão distantes de todos que eles não conseguem demonstrar mais o que são, se ainda o são. Tenho pelo menos dois amigos que deixaram de ser amigos quando se tornaram líderes. Tudo começou com pequenas restrições, ou seja: se antes eles riam a vontade de uma piada, agora escondem a alegria para não parecerem “fúteis”. Eles “perderam” seu time do coração, depois a preferência por pratos, candidatos ou partidos; Eles tem medo de dar qualquer opinião que vá contrariar qualquer pessoa. Porém, como ninguém consegue agir assim o tempo todo eles passaram a se esconder em casa e em cima de um púlpito, por trás de um título. Se tornaram estranhos comunicadores de cristo, mas nem de longe são “pequenos cristos” que se misturam ao povo, que visitam os amigos e compartilham seu amor. Eles podem até ensinar a vontade de Jesus, mas não vão conseguir ensinar a guardar essa vontade.
Discipulado é relacionamento, sem dúvidas! Deus se fez homem para se relacionar com o homem.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Com a força que Deus provê
Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas. Se alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre. Amém.
1 Pedro 4:10-11
Esses dois versos da primeira carta de Pedro são coluna dorsal do meu ministério, do meu dom. Eles são praticamente a minha cartilha. Como líder de louvor durante alguns anos tenho aprendido muito deles, e eles tem me abastecido de coragem e me mantido no foco.
Primeiramente ele me lembra de que todos os dons são importantes para o crescimento saudável da igreja e o desenvolvimento de minha vida pessoal fora dela. Aqueles que cuidam da cantina da igreja são tão importantes quanto aqueles que ensinam as crianças ou aqueles que tocam um violão. Não há diferenças entre o trabalho árduo praticado no varrer um santuário e horas de dedicação calejando os dedos em um violão. Tudo que importa é que “cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas”
Administrar fielmente é simplesmente exercer, deixar-se ser usado, servir e zelosamente se aprimorar nesse serviço. É não se omitir, fugir, encolher as mãos, negligenciar o dom sendo desleixado com seu desenvolvimento. Devemos ter em mente que nosso dom é um presente para os outros. Assim como recebemos o presente dos demais ao sermos servidos por eles, devemos fazer o mesmo exercendo o nosso dom.
Na minha área é muito comum ver pessoas desencorajadas por acharem que começaram tarde a aprender a tocar, ou então ao se compararem com outros instrumentistas e cantores se sentirem inferiorizados. Isso é uma bobagem! Nunca é tarde pra começar algo que Deus colocou em nosso coração e jamais devemos nos comparar com ninguém. “Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê”. Deus nos tem dado um suporte, uma determinada habilidade e na medida em que somos usados e nos esmeramos em aperfeiçoar aquilo que ele nos tem dado, mais ainda Ele nos acrescentará. Portanto, se você faz algo hoje que pode parecer pouco ou pequeno, mas você faz com todo seu empenho e dedicação, desenvolvendo e usufruindo toda força que Deus deu para você, você está no caminho certo!
Não se compare a ninguém, porque Deus não te compara a ninguém. Ele te ama da mesma maneira como ama seus outros filhos. Ninguém é filhinho do papai. todos somos especiais. Ele te fez com características únicas e belas aos olhos dele. Não tente pular estágios, queimar etapas, porque Deus não está com pressa, nem atrasado, Ele está cuidando de você como deve ser. Apenas caminhe com Ele, nos passos dele, e você chegará exatamente onde Ele quer que você esteja.
Não se desgaste, utilize apenas a força que o Senhor te provê. Se alegre nela e o exalte por isso!
Se no meio do caminho algo desencorajador acontecer lembre-se: Ainda que você venha a falhar, cair, tropeçar, Deus sempre vai usar os acontecimentos de sua vida para aperfeiçoar em você o carater Dele. Ele sempre te moverá adiante.
Os planos de Deus não podem ser frustrados.
Naldinho
quarta-feira, 21 de março de 2012
Libertando Pedro
Pedro, então, ficou detido na prisão, mas a igreja orava intensamente a Deus por ele.
Atos 12:5
Uma das maiores lutas que enfrento é a deficiência em minha vida de oração. Preciso crescer nisso e isso não são palavras de conveniência, mas um anseio real. Tenho melhorado nos últimos tempos e o que mais me alarma é que quanto mais oro, mais dentro de mim se revela a urgência de orar mais. Sim, a primeira resposta de oração é mais oração. As vezes me deparo com tantas responsabilidades, desafios, metas e decisões que ao orar me é esclarecido o fato de que é uma insanidade acordar, levantar e sair para enfrentar o dia sem antes buscar a Deus. É um erro que cometemos sim, mas deixamos de cometer na medida em que a oração passa a fazer parte de nossa rotina. É o milagre da misericórdia de Deus não termos sido consumidos por tanto tempo vivendo alienados pela ausência de nossa conexão com Deus através da oração.
Herodes estava no que parecia ser o “caminho certo”. Havia prendido muitos cristãos e matado Tiago, atitudes que agradaram os judeus. Como “bom” politico, Herodes decidiu continuar sua caçada e prendeu Pedro numa festa. Temendo reações inesperadas da multidão devido a páscoa, ele decide esperar essa festa passar para executar Pedro em um momento politicamente correto.
Fico imaginando se isso acontecesse hoje em dia, se um líder amado da igreja fosse preso injustamente e a igreja toda tivesse a mesma conexão uns com os outros que a igreja do livro de atos tinha. Talvez isso fosse possível devido ao avanço tecnológico de nossos dias: internet, celulares e redes sociais. Qual seria a minha reação? Eu seria daqueles que dobraram os joelhos e oraram intensamente pela libertação do irmão, ou em primeiro lugar eu iria convocar a igreja a ir as ruas, reivindicar seus direitos e mesmo a força livrar o injustiçado irmão das grades? Reivindicar direitos não é errado, é certo. Paulo fez isso ao ser preso. O que digo é sobre o tipo de “arma” que tiramos antes de tudo de nosso arsenal. Levando a uma situação mais corriqueira, o que fazemos quando nos encontramos com um começo de dor de cabeça, ou gripe? Corremos rapidamente a farmácia ou oramos? Será que não estamos racionalizando demais nossa fé? Será que não estamos fazendo uma triagem voluntária daquilo que “deve ser” o serviço de Deus, e aquilo que “deve ser” o nosso serviço, limitando Deus como um funcionário a serviço de nossa pequena fé? E a nossa fé, como estamos exercitando-a? Se não temos fé para orar por uma cura de febre, achando que isso não é serviço para Deus (a sogra de Pedro que o diga), como teremos para assuntos maiores?
A igreja de Atos estava com um grande desafio nas mãos: permanecer de joelhos enquanto o inimigo vinha em sua direção respirando ódio. Já havia matado Tiago, Pedro seria julgado e se condenado e morto o próximo poderia ser qualquer um. Tenho certeza de que no meio do corpo dessa igreja havia os “apavorados” (eu estaria), homens e mulheres assustados com o terror que Herodes lhes havia imposto. Tenho certeza que muitos deles quiseram ser mais “práticos”, travar uma luta, entrar na cadeia a força, libertar Pedro a qualquer custo, eu talvez pensasse nisso se vivesse naquele tempo devo confessar. Mas, felizmente muitos foram os que simplesmente se voltaram para Deus, dobraram seus joelhos e buscaram o livramento das mãos do Senhor. Talvez os que tomaram esta iniciativa se lembraram de que há algum tempo atrás Deus livrou os apóstolos de uma prisão semelhante, quando os saduceus por inveja do crescimento da igreja os encerrou em grades (atos 5-17) mas, o Senhor se levantou e através de um anjo os libertou de forma espetacular. Como antes, a igreja de atos presenciou um livramento maravilhoso do Senhor na vida de Pedro.
O valor da oração é algo magnificamente nobre e não se resume ao “sacrificar” dos joelhos, vai muito além disso. Se isso pode lhe encorajar vou lhe dizer, eles não eram perfeitos na fé, muito pelo contrário quando souberam que Pedro estava na porta eles não acreditaram, não é engraçado? Estavam ali orando intensamente pela libertação de Pedro, e quando o milagre aconteceu não queriam acreditar. Isso mostra que a fé deles não era algo tão incrivelmente inabalável que possa fazer com que eu e você nos sintamos tão distantes desses irmãos. Eles tinham dúvidas, medos, inseguranças como nós. Mas o que eles nos ensinam é sobre ATITUDE de oração. Mesmo com toda insegurança, eles se dobraram diante de Deus e não confiaram em sua própria força, mas no poder de Jesus. Isso fez toda a diferença. Jesus não procurou neles perfeição, mas dependência e adoração.
Vamos nos espelhar nesses irmãos e crescer em oração, lançando aos pés do Senhor TODA a nossa vida, que ele venha de encontro as nossas fraquezas, limitações, desconfianças, medos, dúvidas e faça de tudo isso matéria prima para ser glorificado através de nossas vidas. Que nossa oração venha a abrir as portas das cadeias do nosso próprio interior onde um Pedro que dorme acorrentado precisa ser libertado para voltar a viver intensamente os milagres de Deus.
Naldinho
terça-feira, 13 de março de 2012
"Perdeu playboy?"
Estava outro dia lendo um informativo de um amigo missionário, e no canto da página dizia algo como “vamos ir até os pobres” ou “me ajude a pregar para os pobres”, alguma coisa nesse sentido. Do meu ponto de vista uma atitude digna, muito bacana e cristã acima de tudo. Porém, tenho observado que na hora de se falar em ir para algum lugar se referindo ao nível da sociedade, seja “lançar sementes”, “Pregar o evangelho”, “ganhar almas”, etc. a coisa tem sempre como alvo, ou como propaganda O POBRE. Claro que o pobre merece toda a atenção possível como já disse acima, mas será que não tem muito embalo nisso tudo? E o sujeito da classe intermediária o chamado classe média?, e o da classe média alta? E o rico? Merece o inferno? Já tá condenado as chamas pelo pecado da abundância financeira? Qual o problema com a igreja ao se anunciar ou pelo menos se promover tanto para o pobre e nunca para o rico?
Creio plenamente que algumas pessoas foram realmente lideradas por Deus para irem aos países mais pobres e necessitados do mundo. Creio totalmente que muitos irmãos tem seu coração voltado para as camadas sociais mais esquecidas da nossa própria nação, mas me diga uma coisa por favor: TODO MUNDO VAI PRA FAVELA E NINGUÉM VAI PRA COBERTURA? Não acredito que Deus seja assim...claro que ele não é. Tudo bem que é mais fácil ao pobre ser sensível ao evangelho por não ter a blindagem emocional que o dinheiro proporciona, dando à criatura a sensação de ser autônoma em tudo, até sobre a vida e a morte. Tá, eu sei que os dois exibem níveis diferentes de recepção as boas novas, mas tomar a atitude de NÃO IDE para com os ricos é ser no mínimo preguiçoso.
Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que TODOS OS HOMENS SEJAM SALVOS e cheguem ao conhecimento da verdade. 1 Timóteo 2:3-4
Isso não se restringe apenas as esferas das lideranças eclesiásticas, mas está presente nas rodinhas dos irmãos na cantina, nas petições na reunião de oração, e nos bate-papos mais informais...”precisamos ir até a favela tal”, “Senhor envia-me à África”, “Pai, quem ajudará esse povo tão sofrido?”. Precisamos nos sensibilizar com aqueles que estão muito mais longe da igreja, porque as vezes ir a África é mais fácil do que ir ao Morumbi, ao Gonzaga, etc. Todo mundo se comove com as fotos do Etíope com as costelas aparecendo, mas e se fosse um gordinho loiro com a camisa do “Jean Piaget” descendo de um “Santa Fé” branco????? PERDEU PLAYBOY????? Será que é isso que Jesus diria?
É uma estupidez descartar qualquer nível social do alcance da igreja. Desde os tempos da igreja primitiva, os mais abastados ajudavam aqueles irmãos em dificuldades, as igrejas mais ricas ajudavam suas irmãs, enviavam os missionários, participavam ativamente de todo planejamento da igreja. Por que? Porque tanto o rico como o pobre sempre estiveram inclusos no alcance da igreja. Precisamos parar com o silêncio sobre o alcançar os mais abastados como isso fosse algo vergonhoso; será que essa distância é medo de questionamento? É preguiça intelectual? É indiferença ou o que? Até quando vamos assistir os ricos partindo sem Jesus, enquanto os lobos ficam ricos arrancando tudo de ovelhas pobres com a desculpa de alcançarem o necessitado?
Coragem igreja Brasileira!
Medindo o crescimento espiritual
De fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal.
Hebreus 5:12-14
Os humanos são criaturas estranhas. Corremos mais depressa quando perdemos o caminho. Em vez de fazermos uma pausa para nos orientar, batemos de um lugar para o outro. Três palavras descrevem os nossos dias: Pressa, preocupação e isolamento.
Nessa competição chamada vida, quando a premência do tempo nos pressiona, precisamos parar e nos orientar. Necessitamos descobrir que o Senhor é Deus. Que ele seja exaltado, pois está conosco, e é nossa fortaleza.
Lembra-se dos anos em que sua mãe marcava a Lápis, numa parede especial, o lugar onde sua cabeça alcançava, para saber o quanto você crescia a cada ano? Eu tenho uma marcação dessa que faço com meu filho e em breve devo fazer com outra para minha filha. É muito bacana ver que de repente as crianças tem “surtos” de crescimento.
Uma vez na casa de um amigo, estávamos medindo o crescimento do filho dele, e depois de medir, riscar o muro da casa e bater palmas pra nova altura do garotão, o filho de meu amigo perguntou para ele “Papai, você não vai se medir para ver o quanto cresceu?” Todos riam, e ninguém pensou em outro crescimento senão o físico, mas eu pensei em outra coisa...e se nos importássemos com o nosso crescimento espiritual anual?. Será que continuamos crescendo, como foi no começo de nossa caminhada?
Deus usa muitos meios para nos ajudar a crescer. Desconheço um jeito para o crescimento instantâneo. Nunca conheci alguém que tenha se tornado instantaneamente maduro. Deus nos faz atravessar um processo meticuloso que inclui coisas como esperar, falhar, perder e não ser compreendido – Cada uma delas exigindo doses maiores de perseverança. Em seu crescimento espiritual, onde estão as marcas na parede da vida? Onde você se encontra em relação ao ano passado? E em relação à última década?
O crescimento cristão resulta de uma atitude radical, da dedicação corajosa e perseverante àquilo que você ouve e obedece.
segunda-feira, 5 de março de 2012
Digno é o cordeiro!
Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai".
João 10:17-18
Como um crente do antigo testamento, se você quisesse ser tocado por Deus, você deveria trazer um cordeiro para o templo. Lá, os sacerdotes iriam inspecionar o seu cordeiro meticulosamente, tentando encontrar qualquer mancha ou defeito. Não era o adorador julgado e sim o cordeiro.
Nisso reside uma verdade fabulosa: Eu posso ser guiado pelo Pai nessa manhã, eu posso ser guiado por Ele amanhã. Eu posso esperar receber uma vida abundante. Eu posso olhar adiante e esperar sua benção sobre mim e minha família. Eu posso confiar Nele, esperar que Ele venha ungir minha cabeça com óleo, acreditar que Ele vai manter os predadores afastados de mim, que Ele vai me levar pelo vale da sombra da morte e preparar um banquete a sua mesa. Eu posso ter comunhão direta com Ele, não porque sou imaculado, mas porque Ele foi inspecionado e Nele não se achou falta alguma. Ele é perfeito! Digno é o cordeiro!
Eu posso receber uma benção hoje não porque eu fui a igreja, não porque eu li 50 páginas da bíblia, não porque eu deixei de ver televisão. Eu recebo a benção de Deus sobre a minha vida exclusivamente por causa do cordeiro.
Jesus disse: “Eu dou a minha vida” Ele não disse: “É melhor você dar a sua vida se quiser ser abençoado”. Embora, seja verdade que Ele nos chamou para tomar a nossa cruz e segui-lo, a minha entrada na presença do Pai não depende de quem eu sou, do que eu faço, ou do que eu não faço. Ela depende apenas de quem Ele é, e o que Ele fez na cruz.
O Pastor se tornou um cordeiro para que nós, simples ovelhas possamos conhecer o Pastor. Digno é o cordeiro!
quinta-feira, 1 de março de 2012
Cuidado com a Língua
Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo.
Tiago 3:2
Constantemente eu conheço pessoas que buscam e pedem a Deus pelo dom de línguas. Elas almejam esse dom de edificação própria. Não tenho nada contra o dom de línguas, muito pelo contrário, também sou um entusiasta dele principalmente quando ele é usado corretamente e não é colocado como obrigatório para todas as pessoas batizadas com o espirito santo (isso sim é um absurdo). Enfim, quando se tem noção de que dom é uma ferramenta e não um brinquedo as coisas fluem.
Mas, falando sobre dom de línguas, obrigatoriedade, etc. me vem à cabeça que o que deveria ser obrigatório é o nosso cuidado com a língua, sim a língua, a natural mesmo, utilizada de maneira comum e em português todos os dias. Essa sim deveria ter um peso considerável e obrigatório em nossas petições. Deveria ser nosso dever buscar, e pedir a Deus que seu Espírito nos de um controle santo desse órgão.
Abrir a boca em qualquer momento do dia e para qualquer pessoa deveria ser uma atividade de atenção radioativa, contagiosa, perigosa. Deveríamos ter uma responsabilidade gigantesca ao abrirmos nossa boca para falar. Por que não paramos com o hábito desleixado de “jogar”, “lançar” as palavras na face dos outros para termos uma ação de forma solene, respeitosa e abençoadora? Edificar, encorajar, abençoar, criticar com bom senso e amor, etc. Se não for assim então que o Espírito de Deus nos dê a capacidade divina de nos calar.
Que Deus ouça hoje uma petição consciente de nossos lábios, para que possamos usar nossa língua de forma poderosa para abençoar a vida das pessoas e ajudar a curar esse mundo tão ferido.
Naldinho
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Espírito Santo: Experiência ou condição?
“Certa ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: "Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei. Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo". Atos 1:4-5
Os discípulos não deveriam fazer nada, absolutamente nada senão esperar até receberem o batismo com o Espírito Santo. Jesus sabia que eles não poderiam ser efetivos para o Reino de Deus até o Espírito vir sobre eles. Assim como batismo significa a imersão de um corpo na agua, Jesus traz o exemplo do batismo de João para mostrar que os discípulos precisariam ser imersos no Espírito Santo para se tornarem eficientes no serviço que estaria por vir.
Muitas vezes nós observamos o corpo de cristo com dificuldades em algumas áreas e temos uma bela e imensa vontade em ajudar, seja em um departamento da igreja, na comunidade, ou mesmo a alguém, porém o que a bíblia nos ensina é que apenas boa vontade não será suficiente para a boa obra ser feita. Sem que sejamos cheios, transbordados, imersos no Espírito Santo de Deus, nossa boa vontade se transformará rapidamente em fadiga e frustração. Acredite irmão, não é fácil lidar com as pessoas, muito menos com a batalha espiritual que ocorrerá no instante em que você se prontificar a ajudar em algo. A obra de Deus é sobrenatural, portanto, precisamos do poder sobrenatural de Deus para desempenhar nossos dons com perfeição na força Dele e não na nossa, pois quem começa algo em sua própria força terá que se esforçar o tempo todo para sustenta-la por si mesmo, por isso, faça a obra de Deus na força de Deus.
Avalie-se antes de começar a fazer algo. Se o seu “tanque” anda mais ou menos, não se aventure! Busque a Deus, espere no Senhor e clame para que você seja cheio do Espirito Santo de Deus e assim possa proclamar sua palavra com a ousadia necessária e ajudar o corpo de Cristo sem se desgastar ao longo da tarefa.
Por tudo isso, penso que o Batismo com o Espírito santo é muito mais que uma experiência, na verdade é uma condição. Não adianta nada eu ter sido batizado e usado ontem, preciso ESTAR batizado, ESTAR cheio, ESTAR transbordante, HOJE.
E você, como está?
Naldinho
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
O louvor precedendo o poder
“Aquele que habita no abrigo do Altíssimo
e descansa à sombra do Todo-poderoso” Salmo 91:1
O autor do salmo 91 cita essas duas palavras às quais são referência a Deus: Altíssimo e Todo poderoso, respectivamente vem do hebraico: El Elion e El Shaday.
El Elion - Deus altíssimo
O nome de Deus aparece dessa forma na maioria das vezes em que o homem vai adora-lo.
No pacto da aliança, quando Jacó ergue um altar em Genesis 35
Quando Abraão dizima diante de Melquisedeque em Genesis 14:18 a 20
E principalmente nas ofertas dos sacerdotes no tabernáculo.
Então é interessante notar a sequência disposta pelo autor onde “El Elion” precede “EL Shaday”, ou seja:
“Aquele que habita no abrigo de EL Elion e descansa a sombra de El Shaday”
“Aquele que adora a Deus e goza de seu poder”
Muitas vezes nos queremos ver o poder de Deus se manifestar em nossas vidas para que venhamos dar louvores a Deus, mas esse salmo nos lembra que ao adorarmos o Senhor, sua gloria e seu poder se manifestará. Sim, claro que o contrário acontece. Deus é glorificado quando faz maravilhas, mas a bíblia nos traz passagens fantásticas sobre a manifestação de Deus mediante a adoração pela fé.
“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.”
Hebreus 11:1
“Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam.”
Hebreus 11:6
É claro que é maravilhoso para nós adorarmos a Deus quando Ele nos abençoa. Mas adorarmos a Deus antes que Ele derrame a benção é maravilhoso para Deus.
Afinal Ele é digno de ser adorado não somente pelo que Ele faz, mas pelo que Ele é.
Naldinho
The Open Blues
Ah, esse relativismo do absoluto
Desses homens querendo fazer
Com que a heresia se maquie de poesia
Como o filme de Martin Scorsese fez
São aranhas que se emaranham em suas próprias teias
Essa abertura na verdade é um buraco
Nesse evangelho fundamentado na areia
deus é criado, carente e fraco
O amanhã para ele é um mistério
O torto em sua mente é reto
A verdade foi virada ao contrário
Para vestir o tal teísmo aberto
As trevas tem presas de carne como a língua desses mercadores
Como um canto de sereia, assim são seus louvores
Com letra que gruda mesmo não conseguindo dizer nada
Mas a rocha triturará a nau, enquanto a nau é enganada
Quem por emoções procura
Vai chorar como um maricas
Com esse deus que eles inventaram
Cheio de brechas, falhas, e “achos”
Sem passado, futuro e certeza
Sem soberania, majestade e alvo
O deusinho capenga
Que só faz rir o inferno e seus diabos.
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência”. 1Tm 4.1,2.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Dois rios, um Mar.
Tendo Jesus voltado de barco para a outra margem, uma grande multidão se reuniu ao seu redor, enquanto ele estava à beira do mar.
Marcos 5:21
Da multidão reunida em torno de Jesus, Marcos vai nos chamar atenção para duas pessoas:
O membro mais visível da comunidade, o famoso Jairo e a mulher que por sua vez era anônima.
Jairo era rico.
A mulher vivia na pobreza.
Jairo era chefe da Sinagóga.
Por causa da sua condição física, a mulher foi proibida de entrar na sínagoga.
Por 12 anos, enquanto sua filha crescia, a casa de Jairo era repleta de risos e júbilo.
Por 12 anos, a casa da mulher foi repleta de dor e desespero.
Então, essas duas pessoas que viveram muito tempo situações opostas da vida, esperavam por Jesus.
Como Jairo, você pode estar voando alto. Seu negócio pode ser próspero. Seu casamento pode ser abençoado. Sua família pode estar crescendo. Seu corpo pode ser saudável. Mas você não sabe o que o próximo momento detém. Antes do relógio bater meia-noite , você pode encontrar-se totalmente, de forma inesperada no meio de uma grande tragédia. Ninguém sabe o que o próximo momento detém. Todos que leêm essas linhas e se sentem como Jairo, percebam o seguinte o seguinte: Como esse homem, o momento seguinte pode trazer a tragédia a seu mundo.
Por outro lado, você, que, como a mulher, está passando por um fluxo interminável de contratempos ou de um problemas que persistem, também não sabe o que a próxima hora pode trazer. O momento seguinte pode lhe trazer um milagre de proporções surpreendentes.
Ponderando sobre tudo isso, me vejo complacente quando me sinto como na condição de Jairo, e me vejo em desespero quando me vejo na situação da mulher. Suas histórias e exemplos de vida me fazem lembrar que o Senhor é meu escudo e meu protetor. E se Ele permite que dificuldades e tragédias venham sobre a minha vida, Ele também permitirá que a sua glória me restaure.
Mas tu, Senhor, és o escudo que me protege; és a minha glória e me fazes andar de cabeça erguida.
Salmos 3:3
Naldinho
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
A cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens.
1 Joao 2:16
Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo
Minha irmã tem um cachorro chamado Napoleão. Um dia comecei a ensina-lo a ser disciplinado e isso consistia em jogar uma bolacha ou qualquer coisa no chão para ele. No entanto ele só deveria pegar aquilo quando eu dissesse para faze-lo. O engraçado é que ele virava a cara para longe da bolacha e ia para outro cômodo afim de resistir a tentação de come-la. De longe ficava esperando eu chama-lo, então quando ouvia que estava liberado, vinha correndo comer sua bolacha. Esse comportamento me ensina muito a respeito de como lidar com a tentação, seja ela qual for.
Em primeiro lugar devemos saber que as “provações” são dificuldades impostas em nossa vida, que uma vez superadas nos fazem crescer, nos desenvolvem como seres humanos e nos aprovam como cristãos.
Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam.
Tiago 1:12
Porém a tentação é sempre a nossa ganância agindo contra nós mesmos, para nos atrasar, derrubar, reprovar. Como também nos ensina Tiago:
Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: "Estou sendo tentado por Deus". Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido.
Tiago 1:13-14
Isso acontece desde que o mundo é mundo. Com Eva foi exatamente assim.
Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que a comeu também. Genesis 3:6
1-Agradavel ao paladar (cobiça da carne)
2-Atraente aos olhos (cobiça dos olhos)
3- Desejável para dela se obter discernimento (Ostentação de bens, poder).
Satanás tentou usar a mesma estratégia com Jesus em Mateus 4. No meio do deserto, com Jesus há quarenta dias sem comer ou beber, ele vem com suas “propostas”
1-Satanas tenta fazer com que Jesus transforme pedras em pães ( Cobiça da carne)
2-Leva Jesus a um monte e mostra os reinos que poderiam ser dele (cobiça dos olhos)
3-Tambem o tenta a provar ser Deus, se jogando do pináculo (Orgulho, ostentação, poder)
Só que com Jesus, meu amigo, não tem dessas, ele perdeu feio. A todas as propostas Jesus respondeu com a própria palavra de Deus. Rejeitou e expulsou Satanás de sua presença.
O Homem perdeu a guerra contra satanás no melhor lugar da terra: O paraíso. Jesus venceu satanás no pior lugar da terra: O deserto.
Estratégias práticas para guerra:
1-Contra a cobiça da carne:
1 Cor 9:27
Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.
A disciplina moral não surtirá efeito contra a carne, mas sim a espiritual. Já que é cristo que vai nos revestir de poder, devemos ser focados em busca-lo. Paulo buscava o alto. Buscava a Deus e seu espirito que o capacitava para as batalhas diárias.
2-Contra a cobiça dos olhos:
Salmo 101:3
Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim.
Podemos sim, nos precaver de muitas coisas. Sabemos que naquele determinado horário ou programa de TV, só tem porcaria. Sabemos que naquela “rodinha” não sai coisa boa. Sabemos que naquele lugar nada acontece de bom.
3-Contra o Orgulho e a ostentação de riquezas e poder
Filipenses 2: 5 - 7
Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo tornando-se semelhante aos homens.
A todo o momento Jesus se fez servo. Da mesma forma nós podemos fugir do orgulho e da ostentação nos humilhando com alegria e mantendo nosso ego sobre controle. Tendo para nós uma vida honesta e simples com aquilo que realmente precisamos.
Tiago 4:7
Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês.
Naldinho.
domingo, 22 de janeiro de 2012
O vencedor
Estes são os doze que ele escolheu: Simão, a quem deu o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que significa filhos do trovão; André; Filipe; Bartolomeu; Mateus; Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Tadeu; Simão, o zelote, e Judas Iscariotes, que o traiu. Marcos: 3:16-19
Você teria escolhido Judas?
Mais importante ainda, você teria o chamado de amigo sabendo que ele iria lhe trair?
A verdade é que com excessão de Judas, todos os discipulos que Jesus chamou se tornaram pessoas que impactaram o mundo. Através deles o Espirito do Senhor se moveu , o evangelho começou a ser espalhado e até hoje é assim. Esse mundo foi chacoalhado quando esses homens viveram. No entanto, sabemos por meio dos evangelhos que eles eram homens comuns, cheios de falhas, medos, crises existenciais, etc. Como qualquer um na terra, como eu e como você. Isso significa que quando Jesus nos escolheu ele sabia que seriamos transformados e eventualmente iriamos também impactar o nosso mundo agora e eternamente. Ele não nos escolheu por causa de quem nós somos e sim por causa de quem podemos ser.
Quando eu faço minhas escolhas, elas as vezes são boas, as vezes são ruins. Por quê? Porque o meu conhecimento é limitado. Deus, porém, não têm limitações sobre o que Ele sabe. Se o meu conhecimento e sabedoria fosse ilimitado como o de Deus, gostaria de comprar um bilhete da mega-sena e escolher exatamente os números certos, dai não seria um jogo, mas um investimento sábio. Com essa imensa sabedoria e conhecimento, Deus escolhe os vencedores.
Você pode se sentir como um perdedor. Você pode até mesmo ser chamado de perdedor, de fracassado por aqueles ao seu redor. Mas o fato de que você foi escolhido por Deus, que vê tudo dentro de uma visão mais ampla, significa que você é um vencedor
Na historia do relacionamento entre Judas e Jesus, o que mais me chama atenção é que em nenhum momento Jesus o rejeita. Em nenhum momento Jesus o manda embora, o retira de um cargo, o afasta de perto. Se alguém se afastou foi o próprio Judas. Meu Deus, se todos os líderes tivessem esse entendimento, se todos os homens tivessem essa consciência. Não é afastando as pessoas de perto que elas serão transformadas.
Ele não nos escolheu por causa de quem nós somos e sim por causa de quem podemos ser!
Precisamos entender que todo aquele que Jesus escolhe e que profere seu nome é um vencedor, independente de sua personalidade e de certas escolhas. Eles foram escolhidos por Ele. Precisamos tratar uns aos outros de acordo.
Minha oração é para que todos aqueles que uma vez erraram em suas decisões e em vez de serem suportados e acolhidos foram rejeitados, sejam encorajados a prosseguirem junto a Jesus e jamais se afastarem, pois Ele mesmo jamais se afastou. Continua ao lado de todos aqueles a quem escolheu, olhando adiante, muito além das circustâncias e desses erros, Ele continua nos vendo segundo a perfeição de sua obra.
Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.
Filipenses 1:6
Naldinho
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Pequeno grande homem
Digo-lhes a verdade: Entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista; todavia, o menor no Reino dos céus é maior do que ele.
Mateus 11:11
João Batista é também um dos maiores exemplos sobre adoração que já vi. Pra ser honesto é difícil pensar em adoração sem pensar numa das maiores máximas bíblicas sobre adoração a qual o autor é o próprio João:
"É necessário que ele cresça e que eu diminua." (João 3 : 30)
João não foi só um bom palestrante, ele foi um exemplo e fez isso ao pé da letra. Ele diminuiu para que Jesus crescesse, ele saiu de cena enquanto Jesus aparecia e para que ele fizesse isso era necessário MUITA humildade.
No dia seguinte João viu Jesus aproximando-se e disse: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Este é aquele a quem eu me referi, quando disse: Vem depois de mim um homem que é superior a mim, porque já existia antes de mim. Eu mesmo não o conhecia, mas por isso é que vim batizando com água: para que ele viesse a ser revelado a Israel". João 1:29-31
João foi humilde ao reconhecer Jesus como Messias porque isso iria requerer muita responsabilidade dele. Toda a importância da missão de João convergia no momento em que ele encontrasse o messias. Toda sua vida girava em torno disso. João anunciava a todos que o messias viria e que era necessário arrependimento. Pois ali, estava ele agora, a sua frente e João o anunciou: “Vejam é o cordeiro de Deus!”
João foi humilde, pois ao reconhecer Jesus como Messias na frente de seus seguidores, seria natural vê-los o deixando para então começarem a seguir Jesus. Seria natural, mas não seria fácil...
É necessário desapego para entender que as ovelhas não são propriedade de ninguém além de Jesus. Mesmo que durante algum tempo Deus nos faça mordomos de seus tesouros, precisamos lembrar que apenas cuidamos das vidas durante algum tempo para o grande Pastor. É ele quem vai guia-las e leva-las para onde ele achar melhor e ninguém é capaz de substitui-lo, pois ninguém as comprou a preço de sangue como ele. João entendeu isso bem.
Sem dúvida ele foi o maior dos profetas da antiga aliança, pois, diferente deles, João não apenas profetizou sobre Jesus como o reconheceu, o viu, e tornou pública a declaração de que aquele era o messias que trazia uma nova aliança.
João foi o maior dos profetas sem fazer milagre algum, pelo menos nenhum daqueles que observamos em seus antecessores. O milagre de João foi cumprir sua missão com excelência e saber até onde ela ia sem jamais se envaidecer ou reclamar algum direito. João nos ensina que é importante saber que existe um Deus e que ele não é nenhum de nós. Portanto, deixemos Deus ser Deus e nos satisfaçamos como João na importante missão de anunciar àqueles que estão cansados e oprimidos que existe um Deus e esse sim pode trazer o maior milagre da vida: a Salvação.
Apliquemos na nossa vida a “matemágica” divina onde cresce quem diminui; onde é exaltado quem é humilhado; onde é grande quem é pequeno; onde o último é o primeiro; onde é maior quem é menor; onde é melhor dar do que receber!
Obrigado João, glórias a ti Jesus!
Naldinho
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Uma lição sobre adoração
Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume.
João 12:3
Ao fim dessa passagem Jesus diz que onde quer que o evangelho fosse pregado, seria contada essa história, a história de uma mulher que quebrou tabus, preconceitos e suposições porque antes de tudo quebrou seu coração. Assim como a mesma passagem descrita em Marcos 14:3 nos diz que ela quebrou o recipiente de alabastro para derramar o perfume, Maria irmã de Marta e Lázaro também quebrou seu coração, pois só assim poderia ter empreendido tamanho feito. Uma lição sobre adoração.
CS Lewis disse sobre essa história que “o derramar do perfume de Maria é o derramar de nossos corações sobre Jesus.” O quebrar do frasco de alabastro é o quebrar de um coração e esse é a representação mais clara da humildade. A aparência externa do quebrantamento é a humildade. O Orgulhoso quer atenção só para ele, mas o quebrantamento é a atitude que nos permite adorar a Deus completamente, sendo Jesus o único foco, a única busca, aquele a quem pretendemos realmente agradar.
Foi isso que fez com que essa mulher, entrasse num ambiente onde mesmo que as pessoas estranhassem o que ela iria fazer, ela faria de qualquer forma porque não buscava a aprovação de ninguém senão Jesus. É a humildade que nos habilita a levantar as mãos durante um tempo de adoração musical sem se importar com nada além de Jesus. O Orgulhoso sempre será movido por aquilo que os outros pensam. Ele diz “Eu não vou levantar meus braços ou cantar porque as pessoas vão ver” E o orgulhoso também pode dizer “Eu vou levantar meus braços e cantar porque as pessoas vão ver”. Tudo nele é movido por sentimentos egoístas e mesquinhos, onde ele é o importante e não Jesus. Já pensou se Maria tivesse esse mesmo coração? “Ei Maria onde você pensa que vai com esse perfume caro?” e ela “É mesmo, o que vão dizer de mim? Vão dizer que sou tola por desperdiçar uma fortuna dessa forma”. Mas, o coração quebrantado de Maria possibilitou que ela se movesse de maneira correta. O orgulho nos aprisiona, a humildade nos liberta. Maria queria apenas adorar Jesus.
Se estudarmos a vida dessa mulher veremos que todas as situações que a envolvem tem algo em comum, um segredo que tornou Maria um exemplo de vida de adoração. Quando Jesus vai a sua casa, Maria fica aos pés do Senhor escutando suas palavras enquanto sua irmã se desgastava com as tarefas domésticas. Quando seu irmão Lázaro Morre, Maria vai ao encontro de Jesus e chora aos seus pés. E aqui nessa passagem novamente ela está aos pés de Jesus derramando nardo sobre seus pés. Que lição para nossas vidas! Descansar aos pés daquele que realmente cuida de nós, diante dele não pouparmos sacrifícios para o agrada-lo, e termos consciência de que o melhor sacrifício é termos sempre um coração humilde derramado em sua honra.
Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás.
Salmos 51:17
Naldinho
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
UFC: Panis et circenses (de novo?)
"Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum dos seus caminhos." (Provérbios 3 : 31)
Sei que meus amigos quererão me matar (trocadilho imperdoável, mas necessário) Porém é o que sinto pelo menos agora. Tenho um pressentimento estranho com relação a essa onda chamada MMA e seu canal de liberação regularizado: o UFC. Acho estranha a euforia das pessoas com relação aos lutadores. Acho bizarra a turba manifesta em posts nas redes sociais exaltando a carnificina proporcionada pelos lutadores. Muitas vezes as pessoas nem torcem para um lutador, mas torcem para o golpe, para o soco, para o chute, para o sangue. Venha de onde vier. Algo precisa ser exorcizado de dentro de cada um...uma conta vencida, um pagamento atrasado, uma calunia levantada, um chefe chato, um líder difícil. O sangue derramado tem aliviado as multidões como os Romanos eram distraídos na arena enquanto o sangue dos gladiadores era derramado, ou mesmo o sangue dos cristãos devorados pelos leões.
E por falar em Cristãos...
Acho temerário o sentimento que impulsiona a massa que se diz cristã e passa torcer frenéticamente por um lutador que levanta uma bandeira escrita “Jesus” ao fim da luta, como se o oponente do outro lado fosse menos amado por Deus que ele, ou como se o próprio fosse patrocinado por satanás, portanto deve ser derrotado pelo “ungido” de Deus. Honestamente isso me parece uma Jihad hipocritamente encoberta pela alcunha de competição.Jesus morreu por nós e nos amou, antes que nós respondêssemos a esse amor. Portanto, se o oponente não é cristão ainda, não significa que ele é um demônio a ser vencido. Seja ele um lutador de MMA ou um jogador de futebol.
"Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais." (Efésios 6 : 12)
O mais intolerável para mim é saber que na arquibancada do evento estão presentes muitas crianças, algumas que nem 10 anos tem ainda. Assistindo a um programa esportivo, vi quando a câmera deu um close numa criança devidamente paramentada com quimono, protetor bucal e imitando lutadores. Onde isso vai parar? Quer saber? Na escola amigo. Sem juiz, nem regras, e com um surpreendente resultado, esse sim demoníaco. Aquilo não é ambiente para criança. Uma criança não tem capacidade para contemplar uma cena daquela e deixar que ela fique lá. Uma criança não vai entender que existe uma disciplina, que as pessoas não são inimigas, que tem família, que aquilo é um ringue. Uma criança vai achar que todo lugar é um ringue e que todos podem ser considerados inimigos. Nem as torcidas de futebol conseguem, vamos querer que crianças assistam um espetáculo de sangue desses e saiam de lá incólumes, centrados? Não dá né amigo, o resultado não será de certo algo bom.
Não sou contra as artes marciais, muito pelo contrário, entrei num tatame pela primeira vez aos 11 anos de idade para conseguir ter uma melhor concentração na escola. Desde aquele tempo meus mestres tem me ensinado que arte marcial, ou é arte ou é guerra, mas nunca uma competição. A competição tem destruído a arte e o principio de defesa dessas culturas milenares. Em nome do esporte um mar de corrupção e principalmente de descaracterização da arte marcial tem sido feito. Se perde o respeito pelo amigo que te ajuda a treinar. Se perde a arte da concentração, da disciplina, da educação, da hierarquia, das bases...sem elas, se perde tudo.
O UFC parece um cão mordendo a cauda. Não dá para considerar como esporte, uma prática onde o oponente caído é socado desacordado até que o juiz observe que ele perdeu os sentidos. Não dá. E como considera-lo uma arte marcial, se ninguém está ali para se defender de um assalto, de uma agressão criminosa ou muito menos de uma guerra. Isso é exaltação a violência.
Calma amigos, não fiquem com raiva de mim por essa pequena reflexão. Eu até já vi o UFC e foi então que me peguei assim...me perguntando por que estava vendo aquilo? Qual o sentido de assistir aquilo?
Armando Nogueira um dia disse: “Não posso considerar algo esporte que se feito fora do ringue da cadeia”
Ah, quer saber, vou treinar que esse mês tenho exame de faixa...
Naldinho.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
ROSEBUD
"Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?" (Marcos 8 : 36)
Na primeira cena daquele que é considerado pela maioria dos críticos como o maior filme de todos os tempos (Cidadão Kane 1941), o protagonista moribundo em sua cama balbucia a misteriosa palavra “Rosebud”. Todos ao seu redor se interrogam querendo saber o que “rosebud” queria dizer, afinal, as últimas palavras de um homem são geralmente entendidas como as mais importantes, imagine então as palavras daquele que era o homem mais importante de seu país na época. No final do filme, Kane morre e nenhum súdito do poderoso magnata desvenda o mistério. A câmera corta para o dialogo onde um homem da ordens para que sejam incinerados todos os objetos de Kane aos quais ele considerava “sem valor”. Entre tantos pertences desprezados a câmera foca num velho trenó de madeira desses que as crianças brincam na neve. Em meio as chamas que aumentam, os olhos do espectador se deparam com a surpresa: “Rosebud” está escrito no velho e “insignificante” trenó de madeira. A grande charada torna-se de fascinante compreensão: Charles Foster Kane trocaria todo seu império por aquele que considerava o tempo mais importante de sua vida: a infância simples e humilde, mas cercada de alegria e sinceridade. Kane quando criança foi arrancado de casa e de sua família para ser criado em outro lugar. Lutou, fez fortuna, se tornou um colosso no país dos gigantes, mas nunca mais foi tão feliz quanto foi em sua singela infância...
Numa época de tanta informação e tanto acesso a tudo que é caro e eleva o status, estamos perdendo o tom, desafinando no ritmo, esquecendo a melodia. No desespero das coisas estamos esquecendo as pessoas. E o pior, estamos fascinados por aquilo que tem pouca ou nenhuma importância relevante.
Lembro de uma vez quando viajei pro sitio de meu tio e como todo menino de cidade fiquei bobo com o mato, as vacas, as bananeiras, o verde sem fim. Comecei a andar pelas cercanias e me vi perseguindo o barulho de uma cachoeira, ávido pra tomar um banho de rio, me encontrei na porteira de um outro sitio. Já ia voltando frustrado quando ouvi uma voz: Quem é você? Disse o velho de chapeu de palha – respondi a ele dizendo o meu nome o que fez com que o velho ficasse com uma cara de frustração maior que a minha, porém, em seguida arrematei: “sou sobrinho do Zezé” – “Ahhhhhhh”, disse ele – “Entre meu filho, venha tomar um café e comer um bolo, mas depois vou te levar na maior cachoeira da região”. O Simples fato de pronunciar o nome do meu tio “abriu as portas” antes instransponíveis. Um nome honrado faz isso. Eu não paguei nada, eu nem tinha como pagar, mas o simples pronunciar de um nome honrado me deu honra.
Jesus faz o mesmo por mim. Sua honra me deu honra. Sua santidade me faz santo; Sua justiça me faz justificado; Seu nome me abriu as portas eternas e me assentou na mesa do baquete Real.
Jesus disse:
“Aquilo que é elevado entre os homens é abominação diante de Deus” Lucas 16:15
Não podemos buscar honra onde a sociedade corrompida nos diz que existe, porque a honra que ali existe é abominação para Deus. Os tesouros que a sociedade busca, a corrida pelo status de nada vale para eternidade.
Ouçam agora vocês, ricos! Chorem e lamentem-se, tendo em vista a miséria que lhes sobrevirá. A riqueza de vocês apodreceu, e as traças corroeram as suas roupas. Tiago 5:1-2
Orson Welles escreveu e dirigiu "Cidadão Kane" levando para as telas no maior filme de todos os tempos o retrato do maior engano de todos os tempos: A vaidade do Homem. Jesus traz a nossa realidade a possibilidade de sermos dirigidos e vermos nosso nome escrito num roteiro de vida abundante e sem saudades do passado, porque nada no passado pode ser comparado a glória que nos é reservada no futuro. Todos nós, Cristãos redimidos por Jesus, em nosso leito de morte ansiaremos pelo que vem adiante e não pelo que ficou para trás.
SOLI DEO GLORIA!
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
O caminho da lâmina, a estrada da cura.
Pois que vantagem há em suportar açoites recebidos por terem cometido o mal? Mas se vocês suportam o sofrimento por terem feito o bem, isso é louvável diante de Deus.
1 Pedro 2:20
O evangelho é mesmo algo revolucionário, e mais revolucionário ainda quando confronta seu próprio portador, ou seja, os servos de Deus, os pequenos cristos, os cristãos. Como é difícil “encarnar” a cristo, vestir a camisa de Jesus, aquela de carne e sangue. Como é difícil não reagir; como é difícil não responder de imediato uma afronta; como é complicado não sacar de pronto todas as menções aos nossos direitos de causa. Afinal, estamos certos né? Mas Jesus nos lembra:
Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos. "Ele não cometeu pecado algum, e nenhum engano foi encontrado em sua boca". Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça.
1 Pedro 2:21-23
Quando a palavra de Deus vem sobre nossas vidas como um bisturi santo que milimétricamente quer arrancar fora todo tumor maligno que nos debilita, que nos impede de crescermos de maneira saudável e alcancemos a estatura de varões perfeitos, não é fácil suporta-la. Exige coragem, muita coragem o ato de abraçar a dor, de se render perante aquilo que é perfeito apesar de não parecer prazeroso a principio (afinal amigo é a nossa carne sendo cortada) . A lâmina de duplo corte passa nos ferindo e sua ferida nos cura. Até então, só observamos o “nosso lado”, nosso problema, somos as vitimas perfeitas, mas quando a cura vem, olhamos para trás e entendemos o quanto de orgulho havia dentro de nós. O quanto de auto suficiência estava em nossa alma, e o quão cegos e enganados sobre nós mesmos estávamos.
A palavra enxerga tudo e seus caminhos são tão maravilhosos quanto misteriosos. Ela penetra até a divisão da alma e do espirito e alcança o ponto que não podemos identificar. Somente nos lançando aos cuidados do médico soberano e descansando em sua perfeita habilidade podemos usufruir totalmente de seus benefícios. Quanto mais lutamos contra a intervenção, mais doloroso será o processo.
Por isso sem querer ser simplista e insensível, se sua vida está passando por uma cirurgia, e todo seu ser sente a dor desse momento, apenas se entregue totalmente com fé e louvor, como sacrifício vivo aos cuidados de Jesus. A cura virá. Se há necessidade de chorar aos pés do Senhor, assim o faça. Ele entenderá. Mas não hesite quando o espirito santo te lembrar que você mesmo pediu para ser mais parecido com Jesus. Ele está apenas honrando o seu pedido.
Nessa intensa circurgia plástica contínua, Jesus nos fará dia a dia, cada vez mais parecidos com ele mesmo!
Naldinho.
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