quarta-feira, 21 de julho de 2010
Púlpito não é palanque
“ … e, quanto a nós , nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.” Atos 6:4
A política é algo fascinante. É a oportunidade que o homem tem de contribuir com seus iguais de uma forma mais coletiva que muitas outras profissões, mas como qualquer uma é necessário um talento especial.
A falta de talento de alguns “políticos” aliada as fragilidades de um sistema que permite vantagens aos que se municiam de falta de caráter tem permitido rombos gigantescos na máquina do Estado e na imagem de nossa pátria.
Creio que o grande objetivo do político hoje é conseguir desenvolver sua carreira sem se sujar na mácula da corrupção. Eu mesmo já fui testemunha de ver insurgir em outras instituições como na receita federal e na policia, jovens idealistas e talentosos que se negam a pensar no agora em detrimento do amanhã. Que se negam em enriquecer sua família com o custo de deixar na miséria outras tantas. Sei que existem desses também na política e são esses que espero cada vez mais ver no governo desse país.
Mesmo sendo cristão sou a favor de um estado laico, ou seja, um país que tenha leis que beneficiem um povo independente de suas escolhas religiosas. Porém como Cristão é lógico que aprecio a idéia de Políticos cristãos, pois acredito que para haver uma mudança coletiva de verdade é antes necessário que haja uma mudança individual, e nisso o homem que é “nascido de novo” leva muita vantagem. Sou a favor disso desde que o candidato cristão tenha vocação e conteúdo para a vida pública, ou seja, alguém comprometido com a palavra, e atento a tudo que acontece no mundo. Um homem com a bíblia na mão e o jornal na outra, como dizia Shaeffer.
É lastimável para o cristão ter que se deparar com o horário político e ver aberrações de pessoas que acham que apenas porque freqüentam uma denominação tem por direito requerer votos de todos os cristãos da face da terra. Isso é um insulto a nossa inteligência! Me dá nojo.
Ver jargões evangélicos como: “Em Deus faremos proezas” ou “Vou ministrar uma palavra profética...” ou pior “vamos ganhar o Brasil para Jesus!” como se evangelismo fosse essencial na política. Quer ser bom na política? Faça política direito. Quando meu carro quebra, não quero que o mecânico me venha com uma bíblia na mão, eu quero é uma caixa de ferramentas!
Porém se o cristão tem vocação politica, tudo bem, faça um bom trabalho. Não sou contra cristãos talentosos na política, mas extremamente contrário a pastores na politica.
Por que? Porque pastorear é um chamado, uma vocação e alguém que recebe isso de Deus (de verdade) jamais deve abandonar seu chamado. Deve confiar sempre em Deus para lhe suprir as necessidades e não buscar refugio na carreira pública . É uma covardia!
Se “infiltrar” na política tem dado a esses “pastores” a alegria de ver seus templos repletos, de ter suas concessões de rádio, TVs....etc. Nem que para conseguir tais concessões, estes mesmos façam acordos e mais acordos, votando em projetos que oprimam o direito do trabalhador, que desvalorize o salário do povo e por ai vai...
Pastor não é título, é dom. E um dom dado por Deus para edificação da igreja, e não do congresso, senado ou das assembléias legislativas.
Naldinho.
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